segunda-feira, 18 de outubro de 2010


DE REPENTE UMA PAUSA

O telefone corta o silêncio acordo com o desespero de um amigo do outro lado da linha começo a escutar suspiros do casal do andar de cima vou à varanda os tiros no morro estão comendo solto um bebê do apartamento ao lado começa a chorar meu amigo solta vários palavrões no último volume os tiros aumentam os vizinhos do andar de cima berram o choro do bebê fica insuportável não aguento mais ouvir


/Inesperadamente, não ouço mais nada. O mundo parou pra mim. Minutos preciosos de silêncio me renovaram/


volto a ouvir a revolta do meu amigo ao telefone os gemidos do casal do andar de cima os tiros no morro o bebê chorando estou renovado para ouvir

Um comentário:

Angela disse...

contigo até a parada. E fico por aí, no silêncio!
Gostei deste quase desespero.