domingo, 28 de fevereiro de 2010

Tv Save Lives.

Autor da foto: Gustavo Kruel: http://br.olhares.com/tv_save_lives_foto1263462.html


CENA FINAL DE UM FILME DE TV

– Ainda tem medo de bicho-papão?

– O que me visita à noite, sim.

– Pode deixar que ele não o incomodará mais.

– Então, deixa a luz ligada. Não gosto de dormir no escuro.

– Não sabia que tinha medo do escuro.

– Sempre tive, mas com a luz ligada eu poderia ver a face do monstro e sentir mais medo.

– Ele não vem mais, deixarei a luz acesa.

– O papai voltará quando?

– Não sei. Ele foi fazer uma longa viagem.

A câmera percorre toda a casa; depois dá um close nas fotografias do pai, da mãe e do menino felizes nas festas, praia e em um parque. Agora, ela sai da casa e filma o grande quintal repleto de árvores e flores; em seguida focaliza uma parte do terreno, que parece ter sido revirado recentemente.

sábado, 27 de fevereiro de 2010




PERDEDOR

Ele próprio chamava-se assim e, apesar de sua aparência de mendigo, todos se admiravam com seu jeito orgulhoso de estar à margem.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Carro-fantasma..

imagem da foto: http://br.olhares.com/carro-fantasma_foto3177908.html


a música mascara o silêncio entre os ocupantes do carro e com decorrer da viagem o intervalo-cratera aumenta cada vez mais entre eles.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

OBSCURIDADE

...observava o céu e começava a refletir sobre a face oculta da lua. De repente, alguém o olhou estranho e disse:

– Sua fisionomia mudou e, por segundos, tive a impressão de que era outro.

Quando foi dormir, sonhou que estava imerso numa escuridão morna e ouvia um zumbido, que abrandava sua alma irrequieta.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010



– MÃE, SABE O QUE É AMOR?

–Não. Vamos aprender juntos?

Crédito da foto: http://jornale.com.br/angel/wp-content/uploads/2008/01/tokyo-shibuya.jpg


"ESTOU AQUI"

De repente, esta frase era gritada no meio da rua; mas ninguém via sua dona. Na realidade, era um grito vivo que desejava comunicar sua existência para os outros. Contudo, como ele estava numa cidade dominado completamente pelo Império da Visão, era ouvido e descartado em seguida; pois, na cidade havia uma enxurrada de imagens espalhadas nos prédios e nas vitrines das lojas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Credito da foto: http://img.terra.com.br/i/2008/10/16/894473-4765-it2.jpg


A ENTREVISTA


Quando enviaram por e-mail, pela primeira vez, algumas perguntas sobre sua vida, ficou sem saber o dizer. Começou a pesquisar pela internet alguns discursos, a cortar e colar algumas palavraschave. A partir das palavras alheias, construiu um personagem para si mesmo. Depois de responder as perguntas, enviou-as. Entretanto, sentiu-se vazio...

“ Sou algo em mutação. Há muito tempo atrás, surgi como uma ideia de duas pessoas; depois, tornei-me um ovo fecundado. Quando fui parido, era uma bolinha de carne e um receptáculo para um caldo ancestral de cultura. Numa idade, que não sei definir direito, iniciei os meus primeiros pensamentos, marcando assim meu terceiro nascimento. Aliás, não nasci, estou nascendo. Sou um indivíduo que escreve para extravasar sentimentos, materializar imagens e histórias que povoam tanto meu consciente quanto meu inconsciente. Nasci no Rio de Janeiro, mas me sinto estrangeiro, pois sou muito diferente do imaginário construído sobre o carioca. Às vezes, sinto-me ahistórico, pois me relaciono com os fatos de uma maneira particular. Quando vejo uma estátua, eu a agrego aos meus sonhos e imaginação, não procuro saber o valor histórico e oficial que ela representa. As ruas e as esquinas da cidade possuem significados muito individuais para mim. Alienação! Será? ou uma forma de ver as coisas. A minha biografia não tem histórias interessantes, sou uma mistura de impressões. Vejo-me como uma coisa sem forma que degusta tudo que vê pela frente... Quer saber de uma coisa, chega de pensar bobagens. Estou sem inspiração para escrever; recorto e colo trechos de textos que escrevi há muito tempo. Vou tomar banho de mangueira, não tenho dinheiro para ir à praia.”

sábado, 13 de fevereiro de 2010




CRÉDITO DA IMAGEM CamilleClaudel-The-Waltz-1891-1893.jpg

MÚSICA: Crazy Love
Aaron Neville

I can hear her heartbeat from a thousand miles
And the heavens open up every time she smiles
And when I come to her that is where I belong
And I'm running through her like a rivers song

She gives me love, love, love, love, crazy love
She gives me love, love, love, love, crazy love

She's got a fine sense of humor when I'm feeling low down
And I'm coming to her when the sun goes down
Take away my troubles, take away my grief
Take away my heartaches in the night like a thief

She gives me love, love, love, love, crazy love
She gives me love, love, love, love, crazy love

And I need her in the daytime ( I need her)
And I need her in the night ( I need her)
And I want to throw my arms around her
Kiss and hug her, kiss and hug her tight

When I'm returning from so far away
Gives me some sweet loving, brightens up my day
And it makes me righteous and it makes me whole
And it makes me mellow right down to my soul

She gives me love, love, love, love, crazy love
She gives me love, love, love, love, crazy love

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Crédito da imagem: http://ferrus.blogs.sapo.pt/arquivo/estrelas-12.jpg


IMAGENS SOBREPOSTAS

Observa o revolucionário discursar. Ele o faz lembrar-se do pai, um conservador fervoroso. Desvincula-se da multidão e se perde pelas ruelas da cidade. O céu estrelado vela sua solidão.