, “ Há os grandes escritores e uma legião de escritores menores que tentam assimilar seus estilos.”. Então eu sou da legião dos que tentam ser aspirante a escritor que digere o estilo da legião dos escritores menores, que assimila o estilo da legião dos grandes escritores. Estou bem na fita,
domingo, 31 de outubro de 2010
Autor rafael saraiva http://br.olhares.com/transeuntes_foto2947067.html
SELVAGEM
Estômago roncando, saio da toca. Vejo movimento e cheiro de sangue, fico à espreita e dou o bote. Satisfeito, descanso. Sinto cheiro de urina de outro macho na área. Acordo e mijo por cima nas áreas que o outro urinou. O outro aparece. Lutamos. Ele foge se esvaindo em sangue. Estou machucado, mas mantenho a pose viril. Toda noite sonho com um mundo caótico, onde a velocidade do tempo é mais veloz que a correnteza das águas do rio. Acordo tonto.
sábado, 30 de outubro de 2010
IMAGEM DE UM SONHO
No estômago de uma baleia alada, existe um rustico chalé onde mora uma jovem muito bonita. Tento convencê-la a sair deste lugar tão inóspito. Mas, ela resiste:
“ Não quero ir embora. Gosto daqui. Precure, você, sua verdadeira morada.”
Inesperadamente, vejo-me expelido das entranhas da baleia voadora e me encontro num barquinho à deriva no mar.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
OUTRO
Um dia, recebeu por e-mail, um comentário de um portal onde publicava alguns textos, elogiando-o. Achou curioso alguém encontrar um escrito seu, pois já tinha muitos anos que não enviava nada ao portal. Estava se dedicando aos estudos e na elaboração de textos acadêmicos, os quais exigiam bastante de seu intelecto.
Acessou o link e releu o texto. Ao término da leitura, sentiu uma sensação de estranhamento. Não se lembrava de tê-lo escrito. O conteúdo estava superficial e alguns pontos confusos. Procurou nos arquivos do computador e encontrou uma mensagem:
“ Olá, eu sou você. Publicarei o texto, mesmo que você se arrependa. Sei que daqui há alguns anos, deixará de vomitar palavras.”
terça-feira, 26 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
QUEBRA-CABEÇA
Paulo adorava ganhar um de presente, ficava horas a encaixar as peças. O seu irmão ao vê-lo, espalhava as peças e fugia. Paulo ficava irado e corria atrás dele para bater. O outro ficava satisfeito, pois achava que estava salvando Paulo de uma brincadeira sem graça: “ Brincar de pique-pega é muito melhor.”
domingo, 24 de outubro de 2010
A SALVO
“Transeuntes”, de Ana Zanetti
A SALVO
Nunca gostou de violência, por isso sempre se esquivou de situações que poderiam levar a agressividade. Quando criança tinha um colega da escola que o odiava. Não sabia a razão, mas se mantinha longe. Na realidade, os meninos eram afastados dele devido ao seu jeito um pouco delicado. Entretanto, este colega era muito agressivo.
Anos se passaram, ele assumiu sua homossexualidade e vivia bem com os amigos e família. Estava feliz por encontrar a serenidade desejada e um companheiro bacana. Um dia, este colega valentão da escola esbarrou com ele na rua. Reconheceram-se de imediato. Ele fingiu que não o conhecia, não queria passar uma situação constrangedora. O outro o olhou fixamente, disse que o conhecia e o convidou para um café.
Sua vida estava tão boa e calma, não queria perder o que construíra com tanto trabalho. Emaranhou-se em ruelas e se diluiu com os transeuntes até estar seguro novamente.
Sua vida estava tão boa e calma, não queria perder o que construíra com tanto trabalho. Emaranhou-se em ruelas e se diluiu com os transeuntes até estar seguro novamente.
sábado, 23 de outubro de 2010
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
A Viagem de Chihiro
IDEIA:
“ Por que, não conta a história de um personagem que não tenha sexo, idade, etnia e nem opção sexual? Tenho até o começo para você: Olha a cidade que se decompõe em várias cidades: dos estudantes, dos executivos, dos mendigos... Almeja encontrar a cidade que será seu lar. ”
“ Por que, não conta a história de um personagem que não tenha sexo, idade, etnia e nem opção sexual? Tenho até o começo para você: Olha a cidade que se decompõe em várias cidades: dos estudantes, dos executivos, dos mendigos... Almeja encontrar a cidade que será seu lar. ”
Eu: “ Vou pensar. Mas, agora estou morrendo de sono.”
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
DE REPENTE UMA PAUSA
O telefone corta o silêncio acordo com o desespero de um amigo do outro lado da linha começo a escutar suspiros do casal do andar de cima vou à varanda os tiros no morro estão comendo solto um bebê do apartamento ao lado começa a chorar meu amigo solta vários palavrões no último volume os tiros aumentam os vizinhos do andar de cima berram o choro do bebê fica insuportável não aguento mais ouvir
O telefone corta o silêncio acordo com o desespero de um amigo do outro lado da linha começo a escutar suspiros do casal do andar de cima vou à varanda os tiros no morro estão comendo solto um bebê do apartamento ao lado começa a chorar meu amigo solta vários palavrões no último volume os tiros aumentam os vizinhos do andar de cima berram o choro do bebê fica insuportável não aguento mais ouvir
/Inesperadamente, não ouço mais nada. O mundo parou pra mim. Minutos preciosos de silêncio me renovaram/
volto a ouvir a revolta do meu amigo ao telefone os gemidos do casal do andar de cima os tiros no morro o bebê chorando estou renovado para ouvir
domingo, 17 de outubro de 2010
OBJETO DE DESEJO
Não se sentia como um corpo, mas como uma penumbra. Um dia, andando pela cidade, percebeu que alguém repousou o olhar sobre ele. Foi um olhar tão cálido, que sentiu seu rosto esquentar. Caminhou ao encontro da pessoa, mas a massa de transeuntes o impediu. Ela desapareceu e ele virou penumbra novamente.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
inércia
i.nér.cia
sf (lat inertia) 1 Fís Propriedade que têm os corpos de não modificar por si próprios o seu estado de repouso ou de movimento. 2 Falta de ação, falta de atividade. 3 Preguiça, indolência, torpor. 4 Incapacidade. 5 Ignorância de qualquer arte. 6 Resistência passiva. I. cultural, Social: capacidade revelada por determinados elementos culturais de resistir à mudança e de perpetuar-se em um meio cultural a que não se ajustam.
(Michaelis)
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
ARMÁRIOS
Moradia do bicho papão. Lugar em que os eus passados de alguém são guardados. Onde alguns objetos são escondidos e só revelados para dar prazer. Um portal para outros mundos. Esconderijo de evidências de um crime. Breve refúgio de um amante em apuros. “Móvel de madeira, aço ou outro material, com porta de uma ou duas folhas, com ou sem prateleiras, movediço ou embutido, para guardar objetos ou para a proteção de aparelhos, no lar, oficinas, laboratórios etc.” (Michaelis)
Moradia do bicho papão. Lugar em que os eus passados de alguém são guardados. Onde alguns objetos são escondidos e só revelados para dar prazer. Um portal para outros mundos. Esconderijo de evidências de um crime. Breve refúgio de um amante em apuros. “Móvel de madeira, aço ou outro material, com porta de uma ou duas folhas, com ou sem prateleiras, movediço ou embutido, para guardar objetos ou para a proteção de aparelhos, no lar, oficinas, laboratórios etc.” (Michaelis)
FESTA DE ANIVERSÁRIO
as crianças corriam para todos os lados. Os pais conversavam sobre o trabalho e viagens. De repente, ouvem um estrondo na porta e ela é derrubada. Caos, gritaria, pessoas correm para a parte superior da casa. O aniversariante pede colo a sua mãe e cochicha:
“ Mamãe, a culpa foi minha, convidei as ondas do mar pra minha festa. Não fica brava comigo...”
TODAS AS TARDES
A senhora de idade coloca seu capuz vermelho e se emaranha na floresta. Encontra uma gruta e joga comida para os filhotes de lobo. Depois, retorna apressada para casa. Tem que chegar cedo para preparar o jantar do filho, que parece um lobo faminto.
" Ainda bem que os meus netinhos estão com o estômago forrado..."
domingo, 10 de outubro de 2010
CONTO ANTIGO
TUDO ANTECE COMIGO
Um samurai está na janela do quarto; quer decepar a minha cabeça. Bebo chá de camomila e vejo novela mexicana. A atriz olha para mim; começa lacrimejar rios, inundando o recinto. Quase morro afogado. Recebo um bilhete anônimo do pombo-correio: “ Até quando vai esperar estrelinhas e parabéns na prova do primário? A professorinha Helena Gervásia fugiu com o vovô Gepeto e Pinóquio; estão no maior love no estômago da baleia”. As cortinas se movimentam suavemente. Ele está aqui. De repente, o samurai franze a testa; pede desculpa pelo engano e vai embora. A atriz fica feliz; sai de camisola transparente correndo a cavalo pela praia. Na manhã seguinte, dizem que uma cabeça caiu na piscina do prédio e os moradores ficaram injuriados de não poder usá-la num dia abafado. Pego o meu revólver com balas de prata. Matarei mais um político maligno do Planalto Central.
Um samurai está na janela do quarto; quer decepar a minha cabeça. Bebo chá de camomila e vejo novela mexicana. A atriz olha para mim; começa lacrimejar rios, inundando o recinto. Quase morro afogado. Recebo um bilhete anônimo do pombo-correio: “ Até quando vai esperar estrelinhas e parabéns na prova do primário? A professorinha Helena Gervásia fugiu com o vovô Gepeto e Pinóquio; estão no maior love no estômago da baleia”. As cortinas se movimentam suavemente. Ele está aqui. De repente, o samurai franze a testa; pede desculpa pelo engano e vai embora. A atriz fica feliz; sai de camisola transparente correndo a cavalo pela praia. Na manhã seguinte, dizem que uma cabeça caiu na piscina do prédio e os moradores ficaram injuriados de não poder usá-la num dia abafado. Pego o meu revólver com balas de prata. Matarei mais um político maligno do Planalto Central.
COROA DE ESPINHOS
Ela tinha uma no interior da vagina. Tentava alertar alguns homens que tentavam violentá-la, para que a possuíssem por trás. Mas o desejo animal deixava-os surdos e seus falos eram decepados. Muitos morreram de hemorragia. A moça sentia muito remorso, mas eles não ouviam seus conselhos.
José Ferraz de Almeida Júnior, (Brasil 1850-1899) Família reunida em casa do interior
HORA DO JANTAR
Um grupo de homens observa, através da janela do lado de fora, uma família reunida. Observam com raiva o patriarca e, com olhares vorazes, a esposa e a filha mais velha. De repente, invadem a casa com violência. A família não se surpreende e olha sem emoção para eles. As crianças bem vestidas é que demonstram felicidade e uma cochicha para outra: “ Oba, o jantar chegou”. Tudo aconteceu tão rápido, que os invasores não tiveram tempo de gritar.
Um grupo de homens observa, através da janela do lado de fora, uma família reunida. Observam com raiva o patriarca e, com olhares vorazes, a esposa e a filha mais velha. De repente, invadem a casa com violência. A família não se surpreende e olha sem emoção para eles. As crianças bem vestidas é que demonstram felicidade e uma cochicha para outra: “ Oba, o jantar chegou”. Tudo aconteceu tão rápido, que os invasores não tiveram tempo de gritar.
sábado, 9 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
ENTRE DOIS AMORES
Um dia, o homem largou a Lenda para ficar com a Filosofia. Apaixonou-se pelas novas ideias e argumentos da nova amada, que buscavam explicações sobre o mundo sem narrar enredos fantasiosos e com criaturas mágicas. A Lenda ficou muito deprimida e quase se dissipou no ar. Entretanto, ele sentia saudade da fantasia da primeira e se sentia cansado com a exigência de tanto pensar com a Filosofia. Foi ao encontro da Lenda e a tornou sua amante, enquanto a Filosofia, professora.
SER VIVO
Achava o mundo caótico, por isso gostava de escrever histórias coerentes e lógicas. Porém, um dia, um texto seu se tornou um emaranhado de palavras desconexas. Resolveu apaga-lo do computador, entretanto, o arquivo do texto conseguiu entrar na internet e diariamente um trecho é publicado num blog de autoria desconhecido.
domingo, 3 de outubro de 2010
MINHA MÃE
Sempre trancada em si mesma. Dedicada esposa e mãe, mas ao mesmo tempo com olhar distante. Anos depois, andando pelo centro da cidade( havia matado aula) vi-a a caminhar pela rua e comecei a segui-la. Ela parou numa sorveteria e comprou sorvete de casquinha, viu lojas e visitou um museu de arte, passando algumas horas a observar esculturas e pinturas; depois, foi ao cinema.
Pegou um ônibus e saltou na praia. Caminhava no calçadão, distraída. Segui-a, curioso, especulando um possível amante, mas as horas corriam e tudo se tornava um tédio para mim. Ela caminhou até o mar. Percebi que um homem a observava e resolvi puxar conversa com ele. Era muito simpático e quando minha mãe passou sem nos perceber, o homem comentou: “Uma vez, tentei sair com ela, mas, ela disse que não estava afim.”. Despedi-me dele e não mais a segui.
Quando cheguei, já era noite. O pai e os irmãos estavam à mesa. A mãe colocava o jantar. Aproximei-me e a beijei. Ela sorriu discretamente e me deu outro beijo.
sábado, 2 de outubro de 2010
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