quarta-feira, 30 de maio de 2012






TURBILHÃO

Quando o marido morreu sentiu tristeza, alegria, gozo, dor, remorso, saudade, ira, medo, ansiedade...

O marido não foi mau, pelo contrário, um bom homem. Ela gostava da sua companhia, mas queria experimentar outras sensações. Ao mesmo tempo, sentia-se bem com a proteção dele.

 Em alguns momentos tinha ódio do marido ser tão bondoso e ela, cheia de defeitos. “ Meu amor, por que se foi?”. “ Sou má.”. “E agora?”. Receberá uma boa pensão, entretanto temia o desconhecido. Imaginou um amante, este pensamento lhe provocou pavor e frisson.

Ria e chorava. Acharam-na histérica. De repente, jogou-se na vala onde estava o caixão e segundos depois pediu socorro. 

Desejava morrer e viver.

Um comentário:

Angela disse...

muito bom! Por vezes nem é preciso a morte para que este turbilhão, como vc o chamou, ocorra!