segunda-feira, 6 de junho de 2016

OUTRO FATO CURIOSO DA MEMÓRIA

Salvador Dali

         




Recebi um e-mail de uma amiga com a seguinte mensagem: “Um conto seu que adoro e guardei desde 2007”. Caramba! Nem me lembrava mais deste conto e até duvidei se é da minha autoria, tive buscas  nas profundezas das minhas lembranças.
            Quantas coisas deixamos pelo caminho ou perdemos e depois encontramos na próxima esquina ou num e-mail de uma pessoa querida. Sei lá, cada vez mais reafirmo a ideia de eu me conhecer, antes preciso me perder e quando me achar terei outro olhar sobre mim que me fará compreender melhor. Obrigado, Angela.


MALDIÇÃO


Tudo começou, quando quis apagar um conto que fiz há muito tempo e ele retornava. Tinha certeza que apertava a tecla delete várias vezes e quando abria o arquivo, o dito cujo aparecia. Foi um dos meus primeiros contos, tentei aproveitá-lo, não adiantava, era muito ruim. Chamei um técnico de informática que fugiu da minha casa: “ Seu computador está amaldiçoado”, pedi até a um padre para benzer o computador, nada. Um dia, acessei o meu blog, o conto estava lá, como pode ter acontecido isto? Mesmo publicando vários textos meus e alheios, ele sempre aparecia primeiro. Resolvi deletar o blog e fazer outro, a mesma coisa acontecia. Desisti de blogs e de literatura, vendi tudo e fui para bem longe. Não adiantou, sempre recebo pelo correio o maldito conto. Não adianta jogá-lo fora ou queimá-lo, sempre volta empilhando a casa. Estou cansado de mudar de residência, não sei mais o que fazer...  

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