Imagem encontrada no goole
Olha pela janela
descascada da biblioteca. Um leve arrepio na nuca. Tem um pressentimento. Sai
apressada, o campus está escuro. O ônibus circular da universidade demora.
Pensa na moça que foi currada e assassinada. “ Não quero pensar nisto”. As mãos
estão geladas. Tenta ligar para casa, não consegue. O celular cai no meio fio
da calçada. Ao pegá-lo, vê um cordão dourado arrebentado, o pingente tinha o
formato da letra J. “ A garota morta, chamava-se Julieta.”. Coração acelera. Um
vulto passa rapidamente. “É uma besta enorme.”. Surgem passos, corre outra vez
para o prédio da biblioteca, que está fechada. Começa a chorar e as pernas
paralisadas. Corre com dificuldade. A besta emite um som aterrorizador. Começa
a lembrar dos seus queridos pais, irmãos e do ex-namorado que a não deixava em
paz. Os passos aumentam, parecem bandos. O campus está um breu total. Vândalos
atiram nos transformadores. Sente a urina escorrer entre as pernas, quer
gritar, sua garganta se fecha, falta-lhe ar. Escuta um grito dolorido que se
expande na decadente arquitetura do campus. Corre. Encontra um corpo, o reconhece
o corpo de ex-namorado. Apesar do choque, sente-se livre. De repente, se
encontra cara a cara com a besta e se reconhece no olhar dela. Ouve o barulho
do ônibus.
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