Relembrando de alguns
episódios da minha vida, fico vermelho de vergonha. Como em um dia, tinha
acabado de escrever um texto e queria mostrar para meus colegas, sentindo-me O ESCRITOR.
Quando lia, ninguém deu bola e fiquei chateado na época. Hoje, percebo que fui
imaturo. Não preciso fazer nada para ter aprovação dos outros. Continuo a
escrever mesmo que ninguém leia. Farei vários contos e romances que nunca
existirão, pois não serão lidos. Serei o escritor de obras não lidas. Agora,
com licença, vou a minha noite de autógrafos. O espaço está vazio e só estão as
pessoas do bufê. Olham-me com pena, mas estou feliz de publicar meu livro,
mesmo que eu esteja sozinho no lançamento. A noite está mágica e a lua parece sorrir para mim. Quando tudo terminar, deixarei os exemplares por aí e se
uma pessoa ler, ficarei contente. Não
quero mais nada. Posso não ser um escritor, porém, escrever é minha segunda
respiração e se parar, irei me tornar um morto vivo. Ouvi um garçom do bufê
dizer que sou louco por ter oferecido um exemplar do meu livro, discordo. Estou mais lúcido que
nunca!
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