Resposta:
“ Prezado Eduardo,
A editora este ano não publicará mais ficção, por isso
disponibilizaremos seu material para o senhor pegar em horário comercial no
endereço...
Sinceramente, apreciei seus contos, mas, tem um que
particularmente me irritou um pouco. Chama-se A GRANDE MÃE, que de repente numa
cidade pequena um seio gigantesco aparece e jorra leite condensado nos
habitantes, os quais entram num êxtase profundo. Esta imagem da mulher-deusa
que sempre se doa é um saco. Por que a mulher precisa nutrir e não consumir?
Por que não escrever sobre uma Deusa-mulher-devoradora-insana que abocanha tudo
que vê pela frente? Chega dessa história
de ser a mãe, a sociedade precisa de gladiadoras vorazes e enlouquecidas que
só querem sentir o gozo profundo de devorar tudo e todos.
Estou me metamorfoseando em uma enorme vagina com dentes
afiados. Não estou utilizando metáforas, é verdade. Meu autocontrole se esvai e
meus lábios aumentam a cada segundo...”
***
Eduardo não conseguiu fugir. O planeta foi engolido por uma
fenda enorme. Só restaram o vazio e as trevas.
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