sexta-feira, 30 de novembro de 2012

miniconto antigo



Foto: SEGREDOS
Guardava o segredo de todos. Quando anoitecia, escondia-se nas cobertas. Os medos e as angustias dos outros se transformavam em monstros horrendos.
Imagem encontrada no google

SEGREDOS

Guardava o segredo de todos. Quando anoitecia, escondia-se nas cobertas. Os medos e as angustias dos outros se transformavam em monstros horrendos.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Noite densa


Imagem encontrada no google



- NOITE DENSA... 

Sinto cheiro de brigadeiro. Estou com fome!

- Não faz isso, tio gigante.

- Por quê?

- É que ao devorar a noite, as pessoas não irão dormir e ficarão muito cansadas para viver.

- É tão chatinha. Também com esse nome, Consciência.

sonho lindo


domingo, 25 de novembro de 2012

- Papai...





Posso colorir seus pensamentos com sentimentos.

Ele


Imagem encontrada no google



Tinha uma jaqueta exclusiva para viajar. Um dia, decidiu ser mais caseiro, pois estava enjoado de passear. Resolveu aposentá-la. Passado alguns anos, lembrou-se da peça de roupa e a procurou. Não a encontrou. De repente, sentiu-se angustiado e, pela primeira vez, teve uma insônia desoladora. Na mesma madrugada ouviu um barulho na janela, era a jaqueta que apareceu toda empoeirada que retornava para onde ele a guardou. Percebeu que ela viajava sozinha todos estes anos e voltava para casa sempre.

DESABAFO DO DUDU O LINDO E O BELO DE LA VEGA DA SAGA VAMPIRESCA: AMOR ETERNO... ETERNO AMOR






- Sou muito criticado, mas sempre fui assim. Nunca tive ambições profissionais. Só quero amar e ser amado. Quando encontrei Brittany Kendra todo o vazio que sentia, foi preenchido. Eu a amo com todas as forças da minha alma. Ela sabe que ninguém a amou como eu. Por que não posso só viver para amar e ser amado? Por que as pessoas me criticam tanto, por querer me transformar em um vampiro para ficar eternamente com minha imortal Brittany Kendra. Me magoa muito que um povinho fica me chamando de burro e incapaz, só porque não desejo estudar e sim amar e ser amado. Gente pentelha! Deve ser que nunca amou de verdade como eu, que amo e sou amado. É muita dor de cotovelo, desses metidos a nerds e a intelectuais. Por que o vampiro, não podem saltar plumas coloridas no sol? Qual é problema disso? Gente, o mundo precisa de mais amor e menos intelecto. Os sentimentos aquecem já a inteligência gela tudo. Podem me sacanear a vontade, mas vou seguir o que sou de verdade: Uma pessoa que ama e é amada eternamente. Um conselho: Cuidem de suas vidas e deixem a minha em paz.

sábado, 24 de novembro de 2012

"TÃO BOBO"


Imagem encontrada no google


-Vejo uma bailarina a bailar, ao sair da xícara.

- Apesar dos anos, continua o bobo de sempre.

- Não consegue ver, ela é tão linda...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

QUIMÉRICO ( Uma ideia antiga, mas outra versão)

pix_vampiro_entrevista_com_vampiro_brad
Cena do filme Entrevista com o Vampiro




Helena era fã de uma série de filmes, que contava a história de um jovem ancestral vampiro. Mesmo casada os revia sempre.

Um dia, teve um sonho que fazia amor com o imortal. Foi intenso e se sentiu culpada, pois respeitava o  marido . Meses depois, descobriu que estava grávida. A gestação foi diferente de seus outros filhos. Tinha desejo de comer coisa viva e quase matou com os dentes o passarinho, animal de estimação dos filhos. 

Quando o neném nasceu, o desejo passou, mas a criança era estranha ao passar dos anos. Parecia mais esperta que os outros. Além de ter fixação por sangue. 

O marido olhava desconfiado para Helena. O menino era completamente diferente dele e dos irmãos. Já, Helena fazia de tudo para provar sua inocência. 

O garoto era muito parecido com o ator dos filmes. Helena nem se lembrava de seu nome. Outro dia, encontrou-o fazendo papel de um pai de família numa série para televisão. Já estava bem coroa. 

O tempo foi passando e o filho mais novo de Helena se apartava ainda mais da família e na escola. Parecia uma assombração. Ela e o esposo o levaram para vários médicos e nenhum conseguiu entender a anemia que ele tinha. 

Um dia, ele falou para Helena: - Mamãe, vou desaparecer.
Ela viu o filho se dissipar no ar. Chorou muito. As autoridades nunca encontraram o menino.

Anos depois...

 Helena assiste na tevê A Rosa Púrpura do Cairo em que o personagem sai da tela do cinema e vai ao encontro de uma espectadora sonhadora. Sente uma identificação com a história. Recordou-se de sonho e de seu filho. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

cultura humana



Anos isolado na montanha...



imagem encontrada no google

Na cabana havia muitos livros, que relia várias vezes. Não sentia saudade de conviver com as pessoas. Um dia, escutou uma explosão e viu o céu ficar vermelho por vários dias. Sentiu medo, mas continuou com sua rotina. Dias se seguiram, um cheiro forte de podre surgiu na floresta. Ele estranhou, mas, ao ver os animais calmos, esquecia as preocupações. Foi ao rio lavar roupa. Escutou um barulho na mata. Escondeu-se atrás da árvore. Viu um homem e uma mulher sujos e com a pele cheia de vermes cruzando. O ermitão voltou para a cabana, olhou fixamente a vasta biblioteca que possuía. Acende uma vela, que se transforma num enorme fogaréu, atraindo a multidão da zumbis...

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O CONSERVADOR- conto antigo


Imagem encontrada no google

Ia todos os domingos à igreja. Só vivia para a esposa e os filhos. Na repartição quando pintava uma propina, não perdia tempo. Pertencia a um esquema que desviou verbas da administração pública há anos. Quando foi descoberto e um manifestante xingou sua esposa, deu-lhe vários socos: “ Ninguém mexe com minha digníssima esposa.”.

domingo, 18 de novembro de 2012

GOZO DOENTIO


Imagem encontrada no google


“O bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz.” A Peste, Albert Camus.


I.
Primeiro surgiram notícias isoladas de que algumas pessoas tiveram uma doença repentina e estranha. Com o tempo os casos foram aumentando. De repente, multidões se encontravam estendidas no chão gemendo freneticamente, com os rostos extasiados de prazer e gozando até a morte.

Os que escapavam  fugiam para regiões desabitadas, e formularam regras rígidas da moral, bons costumes e religiosas para sobreviver. Achavam que isto poderia aumentar a imunidade e dificultar a disseminação do vírus ou bactéria. Não adiantou, ao longe se ouvia milhões de pessoas tendo múltiplos orgasmos. Os berros eram tão intensos, que os animais ficavam escondidos. Sacerdotes e juízes pregavam que a causa do mal da sociedade era o desejo carnal. Qualquer manifestação sexual representava a pena de morte. Existiam fogueiras de corpos em cada esquina. Todos se vestiam com armaduras, para que a doença não penetrasse na pele. Orações em todas as partes. O cheiro do medo impregnava o ambiente.

II.
Dia nublado. Aparentemente a cidade estava tranquila. Os transeuntes voltados para si mesmos.

Ele e ela andam pela rua, perdidos em suas lembranças. Esbarram-se e, mesmo com as armaduras, seus corpos tremem. Sentem pavor da peste e se distanciam, já que são casados com outras pessoas. Mas, uma esperança os acalenta. E se, por um milagre, não fossem contagiados?  Aproximam-se e fogem para um lugar mais ermo. Os amantes se despem e transam na busca do prazer proibido. Minutos depois, cumprimentam-se perplexos por não estarem contaminados pelo gozo doentio.

Em outras partes do mundo, no mesmo dia,  os casos foram florescendo.

Um rapaz deitado no campo, olhando as nuvens, masturba-se e suando percebe que está bem.

Duas amigas que brincando,  brincando, desvendam-se e ficam contentes por estarem sadias.

O despertar do desejo de um casal idoso numa manha ensolarada.

 Um beijo inesperado de dois rapazes que viviam brigando...

III.
A cura se espalhara, assim como a praga. Ninguém entendeu o que acontecera. A alegria voltou às ruas. As armaduras foram largadas .

Como sempre, alguém tentava explicar. Mas, para que entender?

Só sei que tudo voltou ao normal. Vamos aproveitar a cura, por enquanto!


Se alguém achou a narrativa parecida com outros enredos, deve lembrar que os acontecimentos sempre se repetem ao longo da história. As piores pestes são a ignorância, a intolerância e o ódio e seus bacilos estão adormecidos em nosso inconsciente, esperando o momento certo de despertarem. Por isso, precisa-se nunca esquecer e nos manter atentos para não reproduzirmos os mesmos erros.


BREVE



Imagem encontrada no google


BREVE

Rua deserta, as folhas das árvores levemente movimentadas pelo vento; ao longe, gritos de crianças na hora do recreio. Uma senhora olha pela janela: Um rapaz cego toca um violino. Absorta ouvindo a melodia, não percebe que seus mamilos estão enrijecidos. Um gemido de dor a faz retornar. Prepara a injeção de morfina para o enfermo ter um pouco de paz. 

sábado, 17 de novembro de 2012

OCULTO



Cena do filme O homem elefante

Sempre estudou em colégio interno e, nas férias, visitava a fazenda dos pais. O lugar era imensidão e o garoto andava a cavalo por todos os recantos. O único lugar que não ia, era na ala dos empregados.

Anos depois, os pais já falecidos, retornou à fazenda. No jantar, revelou que pretendia vender a propriedade. Quando anunciou sua vontade, a velha empregada deixou quebrar a jarra de suco. Ele não compreendeu a razão do desespero. À noite, quando percebeu que a senhora estava ausente, resolveu ir à ala dos empregados para ter notícias dela.

Quando chegou lá, ouviu grunhidos. Seguiu-os para saber de onde vinham. Ao abrir a porta de um quarto, viu a velha empregada lendo um livro para um ser completamente deformado; assustado, perguntou quase gritando quem era.

Ela respondeu: “ Um anjo”.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

MEU AMIGO





Conheço essa sua solidão ancestral. Não deixa de ser humana.

JÁ TÁ CRIANDO PEITINHO





– Mamãe já vai voltar. O papai vai chegar. Seja boazinha, fica quietinha. Não resista! Para de botar a mão aí! Se não obedecer, não vou comprar aquela boneca cara que tanto deseja. Não é mais um bebezinho, já tá criando peitinho; precisa se comportar como uma mocinha... Mas, nem pense em namoro, é muito nova. Caramba! O tempo passa rápido! Já está escurecendo... Um carro se aproxima, tem gente chegando... tire as mãos da cabeça, deixa eu pentear o seu cabelo direito. Seu pai e sua mãe querem te encontrar arrumada. Apesar da malcriação, a vovó te ama.

Conto antigo



Crédito da foto: http://www.estudanteonline.com.br/imagens/balada2-160506-1.jpg



REALIZAÇÃO DE UM SONHO

Havia concretizado a fantasia de fazer uma grande viagem. Tudo estava perfeito, não havia regras. Entretanto, a euforia se prolongava e ele começava a ter saudades de sua rotina. Flashes surgiam na memória: gritos, a voz ao microfone, bem longe, pedindo calma e um avião em forte turbulência. A fim de apagar suas últimas lembranças, embriagava-se com os amigos e as jovens, com quem ficava por uma noite até perder a consciência. Ao acordar para novamente festejar,lembrava dos pais. Às vezes, tinha o ímpeto de falar com eles, mas alguma coisa o impedia de fazer contato.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

2:45



Imagem encontrada no google

 2:45

- Me dá um cigarro.

- Não fumo.

- Quem é você?

- Não interessa.

-Grosso!

- Por favor, só quero esperar meu ônibus sossegado.

- Seu pai tá me devendo!

-Cara! Nem sei quem é meu pai, você tá viajando.

- Me deve 40 reais.

- Vai à merda tô cansado.

- Comi sua mãe todinha.

- Não fala da minha mãe!

 -É uma safada!

- É a senhora sua mãe!

- Vou metê a porrada em você

- É... então toma!

Três tiros.

Um corpo na rua. O outro desaparece...


Horas antes...

Roberto fugiu do hospício. Queria voltar para casa, mas, no lugar havia um prédio. Não encontrou a família. A mulher e os filhos voltaram para o norte.

Carlos roubou a arma do tio policial, procurava o "desgraçado" que ficou com sua namorada na festa da praça.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Um conto que poderia se transformar num filme, lógico que melhor desenvolvido


Imagem retirada da Internet


PAIXÕES
       
    Minha tia morreu há poucos dias. Liberando-me a contar a história da nossa família.

    As únicas lembranças marcantes dos meus pais: O cheiro de nicotina entranhada na roupa do meu pai e os passeios de bicicleta em volta da praça, que ele me levava na garupa.  Da minha mãe, recordo-me de que ficava a maior parte do tempo na cozinha. O aroma do feijão, que ela preparava, invadia todos os cantos da casa.

    Não sei o que aconteceu direito,  era muito pequeno. Disseram-me que quando meu pai morreu atropelado, minha mãe se foi  um ano depois. Falaram que ela ficou bastante deprimida e começou a se envolver com pessoas erradas. Um dia, um homem a esfaqueou. Não vi o corpo da minha mãe. Quando cheguei ao velório, o caixão estava lacrado.

    Levei muitos anos para perdoá-la. Ela amou mais o meu pai do que a mim. Mas, agora, compreendo-a.

****
    Fui morar com uma tia solteirona, Jacinta, irmã da minha mãe. No início, a gente não se entendia bem. Com o tempo, um aprendeu amar o outro e começamos a viver bem.

    Um dia, apareceu um estrangeiro na cidade, tinha o nome de um escritor argentino e jurava ser espanhol. A tia Jacinta ficou atordoada, quando o viu pela primeira vez. Ele usava uma blusa vermelha, mostrando o peito moreno e uma corrente grossa de ouro. Andava com seu violão nas costas, tocando em bares e nas serenatas.

   Tia Jacinta começou a mudar de comportamento. Chegava em casa arfante, vivia rezando e ficava me abraçando. Sabia que era o maldito espanhol. Ouvia de algumas pessoas, que ele era uma farsa. Realmente, até hoje ele foi um enigma.  Do mesmo jeito que apareceu do nada, evaporou-se. Tia Jacinta nunca mais pronunciou o seu nome.
    Ficou triste, não queria sair de casa. Eu imaginava planos mirabolantes de vingança contra o maldito espanhol. O tempo passou, precisávamos sair da cidade. Todo mundo nos olhava feio. O ventre da tia Jacinta crescia a cada dia.

   Vendemos a casa e fomos para o Rio de Janeiro. Um tio morava lá. Ele reservou um quartinho para gente. Para  retribuir, comecei a trabalhar no seu armazém. Já a minha tia, ajudava a cunhada a costurar para fora.

   Quando nasceu Ana, tive muito afeto por ela. Tia Jacinta lhe deu este nome, em homenagem a mãe dela, minha avó. 

 Sempre gostei de ler e escrever. Um dia, disseram-me que era escritor. Até então, não sabia. Recebi convite para trabalhar em outro Estado. Fui.

   Alguns anos se passaram, voltei. A menina que eu conhecera, transformou-se  numa moça muito bonita. Quando nos reencontramos, percebi que minha tia  estremeceu. Perguntei  se não estava se sentindo bem. Ela disse: - Tive mau presságio.
 Não liguei. Continuei a olhar para Ana.

***

   Um grito de pavor ecoou pela casa: - Vocês são primos! Não podem-. Minha tia desesperada olhava para mim e sua filha. O meu tio e sua mulher tentavam acalmá-la. Ana começou a chorar, mas estava decidida  a assumir o romance comigo. Sempre foi mais forte do que eu. Foi ela que me pôs contra parede: 

- Você vai assumir o que sente por mim, ou não? A mãe tem que entender. Eu e Alberto vamos ficar juntos.
Pegou a mala no quarto e a minha mão. Fomos embora, mas preocupados com a tia Jacinta. Estávamos saindo escondidos faz algum tempo    

O rompimento durou três anos. Mandávamos cartas e convites para passar um tempo em nossa casa. Ela, neste período, nunca respondeu. Quando o nosso filho Lúcio nasceu, enviamos uma foto dele. Sem avisar, minha tia apareceu num domingo chuvoso e nunca mais foi embora. Tia Jacinta faleceu tranquila. Sabia que podia ir em paz.
   ****

   Fato curioso, dias depois da morte da minha tia, Lúcio encontrou debaixo do colchão da  cama da tia Jacinta uma foto do tal espanhol com dedicatória e um bilhete. Estavam escritos num castelhano de origem bem duvidosa:

 " Para siempre recorde de mim e as tardes calientes, que passamos juntos. Amor, me voy. O seu sobrinho achará outro lugar para ficar. Venha comigo, largue tudo. Só quiero viver contigo.
Ass: Julio Cortazár"



   

Conto antigo



Imagem encontrada na net


Barbie 


A manina correu para cama dos pais:

– É hoje que vão levar a Barbie ao veterinário?

A mãe acordou primeiro, logo em seguida o pai. O dia estava ensolarado e os passarinhos cantavam nas árvores balançadas pelo vento. Na copa, quando tomavam o café da manhã:

– Querida, vi na tevê ontem sobre o massacre de Ruanda.

– Na África?

– Me parece ser guerras de tribos. Matam crianças e bebês...

– Que coisa horrível. Nem me conta, porque passo até mal.

– Realmente... Que horas que tá marcado com o veterinário.

– Às 10:00. Depois a gente deixa a Carol na minha mãe.

– Certo. Vamos à festa do Zé e da Marta?

– Sim. Eles são ótimos.

– Cadê a Carol?

– Tá com a Barbie no quintal.

Saíram de casa na hora prevista. Foram ao veterinário e deixaram a cachorrinha poodle Barbie no consultório. Ela ia ficar alguns dias internada.

– Mãe ela vai ficar bem?

– Vai sim. 

– Vamos ao cinema amanhã.–. Disse o pai.

Alguns dias se passaram. Barbie voltou contente e saltitante como sempre. O veterinário disse que ela se recuperou muito bem. O marido diz para mulher:

 – Eu não falei que ele era um puta profissional,  Fernando que o recomendou. 

A família estava reunida contente na sala. As pessoas que passavam perto escutavam risos e latidos de cachorro.

SEMANAS ANTES:

– Mãe!

Carol foi ao encontro da mãe, que ficou assustada com o desespero da filha.

– Um cachorro da rua tá batendo na Barbie.

A mulher foi acordar o marido, que logo pegou um espeto de churrasco. Quando saíram de casa, viram que o vira-lata estava montado na cadela de raça. O homem o ameaçou com o espeto de churrasco, o cachorro saiu de cima da Barbie e avançou. Para se proteger, o homem furou o olho do bicho, que conseguiu fugir pelo portão entreaberto ganindo. 

– Porra!!! Quem deixou esta porta aberta, foi você Carol?

– É que eu queria ir na casa da Lucia com a Barbie. Quando abri o portão. O cachorro foi direto nela.

– Querido, ela está nervosa, passou.

– Desculpa filho

...a poodle Barbie ficou prenhe:

– Querido, nem dando de presente, os nossos amigos vão querer. Filhotes mestiços são desvalorizados.

– E depois o que agente vai fazer com monte de vira-latinha. Deus me livre. Vou arranjar de qualquer maneira uma solução pra resolver essa rabuda...

– Então você vai resolver isso, querido? Ótimo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

ESSÊNCIA DE UMA SOMBRA

Persona ( 1966) Ingmar Bergman


Juro que tentei encontrar meu caminho, mas minha essência é ser seu reflexo. Posso ficar por aqui? Estou tão cansada.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

MINHAS AMIGAS



"Um monte de fichas... Helena está estranha... Já organizei uma  pilha pela data, agora vou para outra... Quero mudar de vida, viajar!... Um oceano de fichas sobre a mesa, prazo para entregar o arquivo arrumado... Helena conversava com um amigo de faculdade e seus olhos brilhavam... O expediente acabou, mas ficarei mais um pouco. Minhas amigas fichinhas, vocês me acalmam e por isso, não cometo uma loucura..."

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

POST DELETADO



Imagem retirada na Internet


Às vezes quase me afogo em mim. Não é egocentrismo. É que sou tão fragmentado que pareço universo diverso, que na realidade é grãos de areia ao vento.

Tenho ideias, lógico que muitas delas são merda. Mas, prefiro tentar concretizá-las a deixá-las mofando no escuro da gaveta. Pelo menos tentei algo, se não levo jeito pra coisa, procuro outra coisa para fazer.

Estou com inveja. Não quero, mas tenho que aceitar que sou humano e capaz de sentir sentimentos sublimes e mesquinhos. 

Zumbi não pensa, vive guiado pelo instinto. Logo, torna-se uma criatura pura. Mata para saciar a fome, não por ganância.


De repente, fiquei com medo de pensar:
Viver pode significar morrer
Morrer pode significar viver 

Não me aguento, quando começo a pensar que sou especial.

 Quero ser amorfo.

 Eu não sou engraçado, mas eu gosto das minhas piadas. Então, serei comediante de mim.

Segunda-feira, que bom! Adoro trabalhar!


Sou o mestre das inutilidades!

Você daria sua vida para a realização de um desejo efêmero?

Não tenho um lado e nem estou em cima do muro. No momento, permaneço num intervalo. 

À DERIVA.

Alguém me empresta dois mil reais?

Quando falam que sou profundo, sinto-me a profundeza do oceano, onde vivem os seres muito antigos.

 Às vezes me sinto tão amargo...

Um bom escritor precisa conciliar a imaginação com o conhecimento. Só a primeira o texto fica sem sentido e só o segundo, fica pedante demais. Por isso, se eu quiser ser um bom escritor, terei que comer muito feijão.

Sempre me perguntam qual a faculdade que fiz, questionando a razão de não seguir a carreira. Fico sem saber o que responder. Fazem outra pergunta: “Qual a finalidade do curso?” e falo superficialmente que o curso se divide em três vertentes: Sociologia, Ciências Políticas e Antropologia... Aí, questionam sobre o mercado de trabalho. Fico apreensivo, não quero servir de paradigma. Existem muitas pessoas que fizeram Ciências Sociais e estão muito bem colocadas e realizadas profissionalmente. Como em outras áreas, há pessoas que fizeram Direito e não seguiram a carreira por não gostarem, como médicos e entre outros... No final das contas, é a pessoa que faz a diferença. Se ela é aplicada, pode fazer qualquer atividade, que se destacará e conseguirá ser bem sucedida, apesar das adversidades. Se valeu a pena pra mim? Sim. Através dela fui encontrando minha individualidade. Antes, vivia na superfície e queria percorrer caminhos de outras pessoas.



Sinto fome de espaço vazio.

A cada dia reforço a ideia que escrever é meu segundo oxigênio.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

PEQUEI




- DOUTORA, eu pequei! Comi manga de noite, doutora. Eu sei doutora, que não podia comer nenhuma fruta de noite, porque tem muito açúcar. Mas, carne é fraca, doutora. Vejo quilos e balanças me perseguindo, Doutora. O que farei doutora? Qual é minha sentença, doutora? Sei... Ficar de jejum por um dia. Ficarei doutora! Vou emagrecer doutora!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Nova versão de um miniconto de uma ideia antiga


Foto: BÁRBARA
Sempre tinha uma rosa branca em sua vagina. Quando a roubavam, ela cultivava novamente a semente que germinava em seu sexo e uma nova  rosa branca surgia. Bárbara nunca se entregou, transbordava esperança.


Imagem encontrada na internet



BÁRBARA

Sempre tinha uma rosa branca em sua vagina. Quando a roubavam, ela cultivava novamente a semente que germinava em seu sexo e uma nova  rosa branca surgia. Bárbara nunca se entregou, transbordava esperança.


domingo, 4 de novembro de 2012

EM UMA REALIDADE PARALELA...


Imagem encontrada no google


- EDUARDO.

- Sim.

- Está preso.

- Por quê?

- Por não ter uma posição definitiva sobre o mundo em que vive e permanecer num intervalo suspenso da realidade.


desejo





DESEJO


Helena está atrás da porta. Sinto seu perfume. Abro a porta ou não abro... É esposa de  meu irmão... Abro a porta ou não abro...

sábado, 3 de novembro de 2012

EM SILÊNCIO






- Espelho espelhou meu, quem é mais idiota do que eu?

Silêncio revelador.


ESQUECIMENTO

 Ligo para Helena. O telefone não existe mais. Por onde anda, Helena? Que dia é hoje? Dia dos finados, tinha me esquecido.

Imagem encontrada no google




"Preciso entrar na concha para abastecer as energias. Não estou fugindo, mas dando uma pausa. Intervalos são muito preciosos para suportar o caos da vida."

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

INSÔNIA






INSÔNIA

Outra vez a maldita. Ligo a tevê e vejo um filme erótico, mas que a história já conhecia, mas os atores são diferentes.
A cena: Duas mulheres na piscina:

- Kendra, estou tão sozinha. Justin vive trabalhando...
- Britney, acho que precisa de diversão. Olha o Plabo limpando a piscina, é um gato!
- Kendra, ele tem idade de ser nosso filho.
-  Britney, não quer dar de mamar pra ele?
- Você é tão depravada, Kendra?
- Se não quer, eu quero!

Então Kendra vai em direção do Pablo, seduzindo-o. A cena de sexo é bem forçada. Os atores não passam verdade.

Ligo o computador e começo a compartilhar pensamentos nas minhas redes sociais. Curioso é que me sinto muito intenso, quando escrevo minhas mensagens. Ganho até elogios. Muitos curtem o que escrevo. Posto alguma coisa e espero... Nada. Começo a fuxicar as fotos que o pessoal compartilha no facebook. Sinto-me culpado por fazer isso.

 Assisto alguns vlogs, encontro um cara que detona um filme romântico e vampiresco para moças. Realmente o tempo corre muito depressa, o vídeo está datado. Pois, o filme é uma série de três filmes e já estão lançando o último. A escritora do livro que inspirou os filmes, já tem outro best-seller.  

Estou  com tédio, ligo a tevê de novo. Vejo um canal que o pastor manda os fiéis correrem num tapete vermelho para pisar na cabeça do demônio. Fico enjoado e volto para o filme erótico.  Agora, Britney e Kendra  fazem amor em cima da mesa. Que mesa resistente, a compraram onde? O marido Justin observa a tudo com olhar guloso.

Volto à internet.  Quero encontrar algo, que não sei o que é? Acho que vou postar alguma coisa no blog. O galo já está cantando. Merda! Ainda nenhum comentário nos vídeos( Para quem não sabe, produzo vídeos para Internet). Tem uns vídeos de humor interessantes no youtube... Estou de saco cheio da internet.

Está no final do filme. Britney e Justin transam e no último suspiro, os créditos aparecem. Eu vi esse filme em algum lugar, mas os atores eram outros.

Chega de ficar à toa. Ainda bem que o sono veio.





O ASSASSINO EM MIM

Estava adormecido nas profundezas do meu inconsciente. Um dia ele acordou, quando matei um ladrão que invadiu minha casa. Agora, luto diariamente para fazê-lo adormecer.

ESTRANHAMENTO



Quem é você, que faz vídeos sem sentido?  Com essa voz mole, que parece estar dopado? Que mostra a cama desarrumada e não capricha no cenário?  Você sou eu? Não sou assim. Será? Quando me vejo nos vídeos, parece que sou outra pessoa.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Imagem encontrada no google



CERTA VEZ

 Um Sonho-gigante me levou para seu país selvagem. Vi tanta coisa maravilhosa, que foi duro tomar a decisão de pular para o abismo da vida.