Paulinho muitas vezes não sabia os nomes das coisas,
mas as sentia. Era uma tarde quente, a mãe como de costume foi buscá-lo na
escolinha. Quando ia atravessar a rua, encontrou uma menina. Teve um súbito
impulso de ir ao encontro da garota.
O sinal estava fechado. Ele largou a mão da mãe e se
aproximou da menina. Dizendo: - Quer ser minha amiga? E lhe deu uma bitoca na
boca. Sentiu um gosto de doce, os lábios da menina estavam melados de pirulito.
O sinal ficou verde, a mãe de Paulinho o pegou e
repreendeu, mas no fundo estava emocionada: " Como ele é
safadinho...". A outra mãe nem ligou, tinha pressa para preparar o jantar.
O marido ia chegar de viagem. As duas crianças se despediram com uma troca
rápida de olhares.
Nunca mais se viram.
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