Imagem encontrada no google
Este
cemitério deveria ser um descanso para mortos. Só que não é assim. Em vez dos mortos vagarem e assombrarem o cemitério, é ao contrário, são
os vivos que atormentam e assombram os habitantes defuntos do local com
assassinatos, tráfico de drogas, estupro, casais transando em cima dos túmulos;
crianças e jovens pichando os mausoléus, ladrões arrombando túmulos para roubar
os cadáveres, necrófilos abusando das mortas-virgens e reuniões de magia
negra...
– Isso é um absurdo! Um casal de namorados transou bem em cima da minha tumba e
não pude descansar, fiquei todo nervoso.
– E esses jovens que picharam meu mausoléu, gastei uma fortuna e agora ele está
todo rabiscado. E o pessoal que faz feitiçaria coloca carcaça de bode e
sangue de galinha aqui, o meu túmulo fica cheio de mosca varejeira.
– Pessoal, eu sou nova aqui. Morri há um dia e já aconteceu uma coisa horrorosa
comigo! Fui e sou uma senhora muito respeitável e, por isso, morri virgem. Tinha orgulho disso, mas um tarado asqueroso arrombou meu caixão e me violou!
Não é um absurdo?! Perdi minha virgindade, depois de morta! – e começou a chorar.
– E os que traficam drogas e usam a minha tumba de escritório! –.
Os desabafos duraram por muito tempo; não podiam fazer nada. Quem daria ouvido
aos mortos? As autoridades nem conseguem dar assistência aos vivos, quanto mais aos que já não estavam mais.
Um poeta morto, ouvindo os problemas dos seus vizinhos de túmulo, escreveu um
poema:
O ÚLTIMO SALVADOR DOS TEMPOS
No final dos tempos,
quando todos estarão desesperados e desenganados,
nascerá de um ventre em decomposição,
o nosso último salvador.
Da morte,
nascerá vida, que
nos ajudará a ser salvos
do apocalipse final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário