VORAZ
Nos primeiros tempos, comia letras do que escrevia na sala de aula. Foi até a fonoaudióloga. Entretanto, quando cresceu, a fome aumentou e descobriu que tinha a habilidade de comer as letras dos textos de outras pessoas.
Com passar do tempo, cartazes, placas e lojas da cidade começaram a ter letreiros incompletos. Os bibliotecários e livreiros ficavam sem saber o que fazer, com os livros que tinham buracos vazios de palavras.
Enquanto isso, ele caminhava por aí, sem remorso; na busca de preencher um enorme espaço vazio que existia dentre dele e que chegava a doer.
Um comentário:
Gostei! Mas será que não vai haver continuação do conto se ele vomitar textos inéditos?
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