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O telefone tocou:
- Alô?
- Alô?
-
Por que matou Clarice?
-
Quem é você?
-
Um leitor revoltado, Clarice era tudo no romance.
-
Respeito sua opinião, mas a história é minha.
-
Clarice não é mais sua! Ela vive na imaginação de cada leitor.
-
Desculpa, preciso desligar.
-
Mas, antes lhe direi uma coisa: Morrerá.
-
Tenho muito que fazer, sugiro que escreva seu próprio livro.
Desligou
o telefone e deitou no sofá. De repente, escutou um rugido. Uma pantera
apareceu e o atacou. Os olhos da fera eram os mesmos de Clarice.
***
Eduardo
terminou de escrever o conto, mas resolveu apagá-lo. O telefone tocou:
-
Não pode apagar o texto! Deixa-o viver!
....
....
Um comentário:
gosto muito deste ir e vir entre espaços e realidades.
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