tinha medo de mostrar os textos que
escrevia compulsivamente, quando imaginava um olhar crítico desnudando suas
obras e revelando que várias passagens são ecos de outras narrativas. Sente um
frio na espinha. Nunca plagiou nada de ninguém, porém quando comentava sobre um
conto que havia terminado, alguém dizia que já ouviu falar. Isto o frustrava
bastante; deletava diversos arquivos do computador. Uma vez, conversando com um
amigo, o outro lhe disse de repente: “Sabe qual é o seu problema? Você se leva
muito a sério e esta barreira de escrúpulos aprisiona sua alma.”. No início,
não gostou de ouvir a opinião do amigo. “ Quem ele pensa que é, para saber o
que tem dentro da minha cabeça?”. Porém, o conselho atiçava toda hora seus
pensamentos. Até então, sempre se trancava. Ligou o computador e deixou a
fantasia manar como um rio. Nem se preocupou se as imagens que descrevia eram
genuínas da sua imaginação. Começou acreditar que através dos sonhos, todos os
indivíduos se banhavam numa fonte ancestral e inesgotável: O oceano das
quimeras.
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