quando escrevo mudo as formas verbais ao meu bel prazer não
pontuo direito violento as regras de concordância e gramaticas tenho coesão e
coerência nula parece que meu texto está vivo e muda a cada batida de seu
coração começo em terceira pessoa depois mudo para primeira pessoa aí
transformo o personagem humano em uma gelatina cósmica- translúcida-
intergaláctica tudo fica orgânico demais com secreções e cheiros nada de
pensamento e sem forma entro num terreno desconhecido e me entrego gozando não
sou mais quem sou quem sou eu? O texto sou eu e eu sou o texto que acumula EM
TEMPO e RESSALVO RASURAS CACOETES VÍCIOS DE LINGUAGEM RECORTES ATALHOS MEU DEUS
quem abrir a porta do meu quarto verá uma criatura indescritível CHEGA
entrego-me ao gozo do mistério-orgânico- imperfeito
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