De repente, a luz ilumina algo. Meu cérebro
processa a informação que o objeto é uma jovem desnuda que declama poesias.
Estou sentado numa poltrona em frente ao palco. Logo, estou num teatro. Como
fui parar ali? Ao lado, outras pessoas estão assustadas e pergunto a elas o que
está acontecendo. Ninguém sabe. Minha última lembrança é estar bebendo um café
em um bar. A jovem nua levanta e nos manda calar a boca, fala da importância de
aprender a ouvir o que o outro tem a dizer. Um homem aparece e eles começam a
dançar. Uma voz ecoa no teatro, parece ler um monólogo. O pensamento de que fui
sequestrado começa a martelar minha cabeça. O espetáculo continua. Agora, é o
casal que recita versos. No fundo do palco, luzes aparecem. Vibram e mudam de
cores de acordo com o ritmo com que as palavras são pronunciadas.
Inesperadamente, a cortina cai e o teatro é iluminado. Esperamos por algum
tempo e vamos todos embora.
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