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O PAI
–
Vou para casa de praia. Vou pescar de manhã, depois cochilar na rede. À tarde,
jogarei bola. Ia ser jogador de futebol profissional, se não fosse o joelho.
Era craque, fazia um show de bola. De noite, gosto de beber com os amigos. Todas as férias faço a mesma coisa.
A MÃE
–
Que saco!! Todos se divertem, menos eu. Tenho que arrumar, passar e cozinhar
aqui na casa de praia. Não tenho férias. A Glorinha no quarto, não queria vim
por causa do namorado. O Tuco fica correndo com os amigos. Seu Antônio
sai o dia inteiro. O cachorro só fazendo sujeira... e, enquanto eu, só
trabalho. Ninguém me
ajuda.
O FILHO
A FILHA
–
Não queria vim. Queria passar essas férias com meu namorado. Mas, meus pais não deixaram, acharam que sou muito nova, para ficar sozinha com o Carlos. É um
saco! Seria ótimo se pudesse ficar com
ele. Gosto dele e... Perdi a virgindade
com ele. Foi numa festa, a gente encontrou um lugar deserto e escuro. No
início, fiquei com medo, mas depois, foi muito bom. Se eu tivesse com ele
agora, na casa de praia em que ele alugou com os amigos, curtiria muito mais.
O AVÔ
–
Como gostaria de morar aqui. Tudo é tão calmo e me lembra do meu filho quando
criança e da minha esposa, que já morreu há muito tempo. Agora, vou para praça jogar um pouco com os
meus companheiros. Nós ficamos à tarde inteira conversando, mexendo um com o
outro e brigando. Que saco! Estou
esquecendo do meu remédio do coração, agora tenho que tomar um monte de remédio
que consome quase toda a minha aposentadoria. Graças a Deus, que meu filho e
minha nora me ajudam. Me lembro que quando trabalhava, ganhava bem, agora, vivo no aperto.
O CACHORRO
– Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au,
Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au,
Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, Au, , Au, Au, Au, Au, Au, Au...
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