terça-feira, 6 de setembro de 2016

CONTO-CRÔNICA-BIOGRAFIA




Eduardo, quando deu por si, descobriu que tinha uma ambiguidade complexa em seu ser. Tinha sensibilidade de artista, mas, não possuía talento. Sua vida se resumia a procurar uma forma de expressão. Esta busca foi uma travessia de vários ensaios na escrita, em fazer vídeos e a fotografar.

Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, surgiram os smartphones com suas ferramentas e aplicativos que ajudavam há melhorar um pouco a foto. Eduardo passava horas a editar seus instantâneos, brincando de ser artista. Sem restrições, colocava um monte filtros de edição de imagem nelas. Não tinha noção nenhuma de equilíbrio das cores.
Com o tempo, fotografar com o celular foi a mais nova e breve obsessão de Eduardo( acumulou breves obsessões ao decorrer das estações, eu que eu diga.).

Porém, esta mania podia ser perigosa, já que havia a possibilidade de o considerarem bisbilhoteiro. Na verdade, Eduardo desejava capturar a beleza escondida no cotidiano. Sua mente se expandia para encontra-la, enquanto a câmera do telefone não acompanhava. Até ficava desaminado de não conseguir descobrir algo interessante.

Um dia, no shopping, viu uma manequim na vitrine e clicou. Depois, recortou para focar o rosto e utilizou o aplicativo que transformava a foto em desenho.

Teve uma crise de identidade, sentiu-se fingidor e não queria mostrar ser o que não era. Começou a construir um manifesto para ele, com a finalidade de se justificar.

Concluiu que era um pseudoartista e sua pseudoarte o ajudava a enxergar o mundo em vivia e a si mesmo.


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