Quadro de Eduardo Oliveira Freire
"Analisarei mais um quadro de EOF. Este, para
mim, é o mais interessante porque trabalha com o duplo. Aparentemente, EOF
parece que almeja passar um descontentamento com o homem, inclusive, como este
degrada a natureza. O artista parte do princípio que somos " sacos de
merda que só faz merda". Entretanto, percebe-se que há beleza no lixo e
nas excreções, porque, para o artista, o ser humano pode se reinventar e
encontrar o lúdico e o lírico no asqueroso, proporcionando esperança para o
mundo decadente no qual vivemos. Por isso, que a essência do quadro é duplo.
EOF acredita que o ser humano é sagrado/profano, grotesco/sublime, belo/feio e
bom/mau. Confesso me emocionar com a obra e ao escrever este ensaio comecei a
chorar como uma louca, todavia meu lado intelectual prevaleceu. EOF sempre
relatou que tinha um sonho recorrente desde menino, de que uma bunda enorme
apareceu e dela saíram vários bonecos de barro. Ao chegarem à terra, uma brisa
surgiu e começaram a viver. Logo, o artista quis expor seu sonho através de
tanta dialética transcendental, a qual permeia em toda sua obra. Neste quadro,
especificamente, EOF mostra que não há a unicidade, mas que tudo é diverso-uno.
" (Professora de Antropologia e com doutorado em Arte Contemporânea
Kassandra Britney Jerusa Emanuelle)
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