, “ Há os grandes escritores e uma legião de escritores menores que tentam assimilar seus estilos.”. Então eu sou da legião dos que tentam ser aspirante a escritor que digere o estilo da legião dos escritores menores, que assimila o estilo da legião dos grandes escritores. Estou bem na fita,
domingo, 31 de julho de 2011
PERTENCIMENTO
Cena do filme: "A dupla vida de Verónique"
"O lar é onde o coração do homem cria raízes."Autor - Ibsen , Henrik
"O lar é onde o coração do homem cria raízes."Autor - Ibsen , Henrik
Ela cansou de se fazer presente, sempre se sentiu desconectada de todos. Tinha marido e filhos, mas não se importavam com sua presença. Sentia-se fantasmagórica.
Um dia andava pela cidade. Percebeu que as ruas e as esquinas se prolongaram, formando um labirinto. Ficou nervosa, estava perdida. Repentinamente, encontrou um lugar que se parecia com o mundo que sempre vivera, mas não era. Andou por horas e resolveu ir ao endereço de sua casa, para ver se ainda estava lá.
Quando entrou no recinto, encontrou um marido e filhos amorosos. Pensou: “ eles são outros!”. Passaram-se alguns anos e ela estava completamente integrada nessa realidade.
Às vezes, o medo batia à sua porta, quando pensava naquela vida passada. Tinha medo de retornar e, para não pensar, entregava-se por inteira neste mundo de agora, que era outro.
sábado, 30 de julho de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
domingo, 24 de julho de 2011
sábado, 23 de julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
domingo, 17 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
Tim Flach-Equus project-no Lightmylife
CAIXA DE ENTRA( 1 MENSAGEM)
Sim! Escrevo e-mail para mim mesmo. O que me leva a cavalgar em pensamentos para terras distantes da minha insanidade? Quero ser salvo e ao mesmo tempo desejo me perder. Por que sou tão contraditório? Tantas questões sem reposta. Estas palavras escritas são reflexos de meus pensamentos que estão tropeçando toda hora na minha cabeça. Por que escrevo e-mail para mim? Talvez, um dia posso respondê-lo ou deletá-lo, pois não entenderei nada. Algo me esmaga, são as ideias e preciso descarregá-las. Peixes de letras beliscam minha perna, comem meus pelos. Sereias com rostos de vaginas cantam para mim, mas não ouço nada, sinto a vibração na minha carne. Doideira! Farei brigadeiro. Não tem leite condensado. Nada presta na tevê. Continuo a escrever este e-mail. Sempre tive medo da loucura, mas tenho um desenho de uma âncora que aperto contra o peito. Vou ficar aqui! Sou mais forte, enfrentarei o dragão que cospe fumaça de gelo e que queima toda a minha pele. Não sei o que estou fazendo, devoro minha própria calda; sou cobra. Leio Borges, não entendo porra nenhuma, sinto-me esmagado por conhecimentos holísticos e muito antigos. Entretanto, a única coisa que compreendo é que ele fala que os mitos estão dentro de nós vivos e que se repetem ao longo de gerações. O que se passa com a gente, aconteceu com outras pessoas do passado. Nossas vidas são simulacros dos mitos. Como no conto a História do Guerreiro e da Cativa, a imensidão do deserte me chama. Caos! Não compreendo que estou digitando. Será que vou entender esta merda aqui? Sonhei com uma águia que tinha o rosto de Clarice Lispector, escrevia no céu encantando as outras feras. Este e-mail está muito longo. Termino por aqui, talvez, tenha continuação. Agora, permaneço a cavalgar ao lado da cachoeira selvagem rumo ao desconhecido.
Até mais,
eu mesmo.
sábado, 9 de julho de 2011
quinta-feira, 7 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
PERSONAGEM
“Escrever não é nada mais do que um sonho guiado.”
Citação supostamente de Jorge Luis Borges
...Desprendeu-se do livro e, como um fantasma, possuía as pessoas que cruzavam seu caminho. Adorava ver-se em diferentes formas. Quando se cansava de ficar muito tempo num corpo, largava-o de repente. Consequentemente, as vítimas acordavam em lugares estranhos e ficavam atordoadas. Tentavam voltar para casa, mas quando retornavam, tudo estava diferente.
***
“Curioso, falta um personagem no meu livro. Os outros dizem que estou dizendo maluquices, mas sei que ele existe.”. O escritor percorria a cidade a procura de sua criação. “ Ele deve estar em vários lugares, ao mesmo tempo, pegando carona com o vento.”. Olha para um indivíduo e reconhece o olhar do personagem. Começa a segui-lo. O outro percebe a perseguição e para. Vai ao encontro do escritor: “ Você nunca me pegará.”. O escritor percebe que o olhar do personagem se dissipa e o outro atordoado pergunta: “quem é você?”.
***
“ Está é minha natureza, sou invasor de corpos. Faço isso para sobreviver, senão continuo a ser uma invenção. Seguirei o destino que escolhi.”.
O personagem continua sua travessia.
***
Os meses se passaram e a perseguição continuava. Criador e criatura reconheciam-se a cada esquina. Nenhum dos dois queria desistir. Um dia, cansados, resolveram fazer um duelo. O personagem invadiu o corpo do escritor, mas ele continuou consciente. Para a batalha, o personagem chamou todas as criaturas que viviam no inconsciente do escritor com o intuito de o devorarem. Mas, ele tinha todos os conhecimentos filosóficos e racionais ao seu lado. A guerra foi violenta...
***
O escritor e o personagem no último confronto se fundiram. Deixaram de ser unos, tornaram-se duplos. Viviam alternadamente suas vidas, perdidos nos labirintos que um deixava para o outro.
sábado, 2 de julho de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
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