Imagem manipulada do filme A noite dos mortos vivos de 1968
No inverno as ruas escurecem
rapidamente e ficam mais vazias. Helena anda apressada, quer entrar logo na sua
casa.
Ao chegar, tranca-se e, sentindo-se segura, dá uma arrumação rápida nas coisas, toma banho e vai assistir um pouco de tevê.
Toda casa está escura, só a luz da televisão ligada. Helena deseja se distrair um pouco, sente medo de tudo.
Quando começa a madrugada, inicia um filme de zumbi. Helena assiste para matar saudade dos tempos que assistia estas histórias com os primos. Era muita gritaria e zoação.
No filme, a heroína está escondida nos arbustos, observa um morto vivo
que lhe parece familiar. Neste momento, Helena sente uma presença na janela. É
seu primo que não via há muito tempo e viciado em crack.
Ele está com os olhos vidrados no filme e, por segundos, Helena percebe que seu primo e o zumbi trocam olhares que transbordam uma voracidade imensurável.
Helena desliga a tevê rapidamente, corre para o sofá e se esconde nas cobertas. Reza para amanhecer logo ou cair no sono.
Percebe que o primo se foi, está completamente sozinha no breu da madrugada. Pensa na infância e de como seu bairro foi tranquilo um dia.
De repente, ouve o galo cantar e a
movimentação na rua. Helena relaxa e cochila um pouco, ainda tem três horas de
descanso até o despertador tocar.
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