Sabia que era bonito e perfumado, mas, sentia um odor forte que não conseguia
se livrar. Ficava horas no chuveiro e ainda o cheiro persistia. Refugiava-se na
admiração dos outros, só que durava pouco tempo. A solidão vinha e o odor
tornava-se mais presente.
Ele sabia que algo estava errado, porém, ficava na superfície da racionalidade,
uma vez que não queria ser tachado de louco.
Quando dormia, devorava todos os calmantes que encontrava. Refugiava-se na não
consciência.
Um dia, percebeu-se no abismo e, pela primeira vez, não sentiu o cheiro
peculiar. Deu um salto no escuro,
feliz.
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