É uma coisa, pois sente sem pensar. Vê algo que o chama a
atenção. Aproxima-se e come. Uma onda de palavras o envolve, tornando-o mais
nítido, antes, era embaçado. Então, percebe que comeu o fruto proibido. Ouve o
despertador às cinco horas da manhã, precisa se apressar para ir ao trabalho.
Por um lado, arrepende-se de ter comido a maçã, já que a
rotina é cansativa e tem um peso. Pelo outro, tem a sensação de concretude de
sua existência no mundo. Mesmo com os inconvenientes do dia a dia, acalma a
angústia de vagar solitário por aí, como uma sombra desgarrada do corpo.
A dúvida de estar vivendo em um castigo ou bênção o aflige.
Não sabe definir.
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