Fugiu, porque não desejava sentir mais inveja. Acreditava
que longe dos outros, este sentimento iria se desiludir, uma vez que não
existiria mais paradigmas para se comparar. Iria ser só ele e isto bastaria.
Foi para uma região inóspita e a imensidão do lugar o fez
perceber o universo, o qual havia dentro de si. Precisava dos outros para se
encontrar verdadeiramente. Além, de compreender que necessitava a lidar com todos
os sentimentos diversos, inclusive, a inveja.
Resolveu voltar e assumir seu lado obscuro, com a finalidade
de controlá-lo. Quando se ignora o “inimigo”, mais chances de ele ganhar.
***
Não sei o motivo de escrever a história em terceira pessoa.
Quem sabe para me distanciar
do personagem, tendo a ilusão que não tem nada a
ver comigo: “Só conto uma história”.
Mas, ele sou eu e não posso negar. Há momentos de que inveja
me pega de surpresa e tento canalizá-la por meio da escrita.
Nem sei o que acabei de produzir, pode ser considerado um
ensaio de um conto ou uma reflexão particular; ambos, impublicáveis.
Foda-se, guardarei esta coisa! Decerto será útil algum dia.
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