Às vezes,
gosto de revisitar contos antigos meus e fico surpreso com a
imensidão de bosta que produzi. Já quis escrever coisas engraçadas que
saíram um tremendo mau gosto e tive épocas que me achava super original... Quanta pretensão tola!!!
Neste conto,
tentei reescrevê-lo com a intenção de treinar a escrita. Com certeza nunca será
publicável.
Por
fim, aprendi a não me levar muito. Postarei no meu
blog e
pronto.
É meu
espaço para exercitar, mesmo.
Imagem encontrada no google
QUERIDO DIÁRIO
Resolvi fazê-lo porque estou desesperada com minha vida caótica. Então, tento colocar minhas ideias em ordem e me entender como indivíduo. Sigo o conselho do meu saudoso psicanalista, que foi hipnotizado pela minha mãe-bruxa-secular para ser escravo sexual. Coitado, para se livrar dela, jogou-se de um viaduto.
Bem, meu amigo, minha família é repleta de criaturas mágicas. Meu pai é um vampiro que sempre matou meus namorados e ele tem um hábito horrível de roubar minhas roupas. Quer ser eu e isso o angustia. Por isso, qualquer homem que se aproxima de mim, meu pai o deseja e o mata. Além do mais, pedi minha mãe a lançar um feitiço para proteger meu armário. Estava ficando sem roupa.
Meu irmão é um lobisomem e meio alienígena. Como já disse, mamãe é uma bruxa ninfomaníaca. Ela aprisiona todas as espécies de machos para serem servos sexuais. O mano é um cara bacana, mas quando fica bravo, mata povoados inteiros.
Sou a única normal da família e triste por não ter nenhum amigo ou namorado. Fugi de casa e uma comunidade religiosa me acolheu. Eles me consideram muito especial e até faço parte do coro da igreja.
O pastor me disse que preciso perdoar. Então, resolvi passar o natal com minha família, já que é uma época de solidariedade e perdão.
Será que estou sendo rancorosa, meu querido diário? Desejo tanto desnudar minha alma e perdoar minha família!!!
Bem, resolvi chamar Augusto Emanoel, meu noivo amado. Ele quer conhecer muito minha família e passar o natal comigo. O que acha, amigo diário, será que dará certo?
***
Ah, meu amigo, quero lhe mostrar um poema antigo que escrevi e que minha professora de literatura me falou que era muito profundo e intenso. Coitada, ela foi assassinada pelo meu irmão, porque não quis ficar com ele.
Sou menina travessa
Mas, quando quero, sou mulher sensual
Porém, posso ser fera faminta
Logo, menina- travessa-mulher-sensual-fera-faminta
E aí? Será que sou uma poetisa, querido diário?
***
Querido diário, as festas de final de ano passaram. Percebi que não posso me reconciliar com minha família. Todos tentaram devorar Augusto Emanoel e tivemos que fugir pela alta madrugada.
Minha mãe mandou suas bestas de estimação para nos perseguir. Foi horrível e ao mesmo tempo muito triste.
Porém, encontramos algumas pessoas vestidas de branco e que faziam oferendas numa encruzilhada. Elas nos ajudaram sem pestanejar e unidos, mesmo possuindo crenças diferentes, conseguimos fazer a barreira do bem, que defendeu a todos de todo mal de minha família diabólica.
Meu querido diário, o amor venceu mais uma vez ao ódio cruel. Eu e meu noivo estamos muito bem no momento. Além, é claro, ganhamos novos amigos.
Entendi que o amor significa diversidade e foi muito bom descobrir esta verdade divina.
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