Ele apareceu em um
dia de muito calor. Ana o olhou nos
braços de Antônio e o odiou. Mas, queria salvar seu casamento e concordou
cuidar do filho da amante do marido.
Quando cuidava do bebê,
parecia que segurava uma bola de fogo. A
criança não parava de chorar.
Com o passar do
tempo, Ana começou a se acostumar como o bebê e a produzir leite nos seios,
mesmo com os filhos já crescidos. Quando
deu por si, afeiçoou-se a ele.
A partir daí, descobriu que o amor pode vir
aos poucos e a ser construído. Diferente
daquela concepção do amor à primeira vista, o qual aconteceu com seu marido e
filhos. Tornaram-se unha e carne e este
acontecimento deixou a família
perplexa.
Tinha me esquecido de dizer o nome do menino. Chamaram-no de
Théo. Sempre fora um peixe fora d’água. Não gostava das brincadeiras de
garotos, preferia ficar com Ana, aprendendo a cozinhar e a costurar. O pai
ficava irado e, quem o protegia das pancadas, era Ana. Os outros filhos sentiam
ciúme, mas, uma mãe sempre defende o filho mais frágil.
A cada dia, o clima
da casa foi piorando. O pai não
suportava o jeito de Théo. Ana resolveu fugir com ele, no meio da noite e
rompeu com a família. Foi uma época
difícil, seus outros filhos reataram relações com ela anos depois.
Por coincidência, “às
pazes”, aconteceu quando Théo arranjou um bom emprego como estilista e começou
a ajudar os irmãos, inclusive, os sobrinhos. Quando o pai ficou velho e senil, Théo e Ana resolveram
cuidá-lo até seus últimos dias de vida. Os outros filhos não podiam ficar com
ele.
Ana amava todos os
filhos e netos. Costurava para eles e fazia aquele almoço de domingo. Entretanto, em relação ao Théo, sentia-se
grata a ele, por se transformar numa pessoa melhor quando o conheceu.
Théo adoeceu e Ana ficou com ele até o fim, mesmo com sua idade avançada. Suas últimas palavras para o filho:
Théo adoeceu e Ana ficou com ele até o fim, mesmo com sua idade avançada. Suas últimas palavras para o filho:
“ Presente de deus
para mim.”