quinta-feira, 28 de junho de 2012

conto antigo






A RAINHA DEPOSTA 

...o príncipe salvou a princesa do dragão feroz. Todos foram felizes para sempre. 

FIM 


Será que foi o fim? Fiquei sabendo que não. A partir do final dessa história, surgiu outra...
Ela era uma rainha muito bela. Emocionava a todos do reino.

Cansada desse exagero excessivo, foi passear escondida no bosque. Sentia-se entediada dos súditos e do rei a tratarem como uma porcelana frágil. 

Sem sentir que estava sendo observada, corria entre as árvores e mergulhava no lago. De repente, sentiu alguém se aproximar. Era um ser da floresta de cabelos longos, corpo de um homem forte, olhos e orelhas com características felinas:

O exótico animal a agarrou, rasgando sua roupa. Ela estranhou sua reação, gostou de ser tocada daquela maneira. Sentiu ser desejada, esquecendo-se da imagem imposta de rainha angelical por seu marido e pelos súditos do reino. 

Ele foi embora e a rainha apareceu no palácio, com o vestido todo rasgado. Muitos propuseram matar “a besta”.

– Não façam isso! Gostei ser tocada. Foi bom!

Todos se revoltaram e a chamaram de vagabunda, ao invés de venerável rainha. O rei traído expulsou-a do palácio. A rainha deposta transformou-se numa viajante errante, em busca de aventuras. Caminhava em lugares remotos e desconhecidos. Jamais encontrou o amante que a libertou. 
Teve outras paixões. 

Um comentário:

Angela disse...

Gostei. Só não vi motivo para a caixa alta na palavra vagabunda... para parecer xingamento?