domingo, 10 de fevereiro de 2019

A FESTA( REVISITADO E MODIFICADO UM POUCO)






Estava numa festa em que os convidados sorridentes, elegantes começaram  a  feder, apesar do  aroma dos perfumes estrangeiros que usavam. Almejou tanto ir àquela festa, mas o desejo se desmanchou feito água no ralo. Ao seu redor, tudo  ficou  sem sentido  e  um vazio  o invadia. Teve medo de ser um  morto vivo  como  as  pessoas  da  festa.  Ele  não entendia  que mesmo belas,  tinham  algo  corrompido em seus olhos.  Eram jovens sem viço. 

Foi embora até ao ponto de ônibus. Lá havia um senhor  com uma carrocinha de cachorro quente. Ele abordou o rapaz:

- Está com fome?
- Sim.
- Preparo um do jeito que você gosta.
- Valeu. Estou estranhamento cansado.
- A festa não estava boa?
- Sei lá, senti falta de ar.
- Maltrataram você?
- Não.
- Pareciam  mortos vivos?
- Sim...
- Sei como se sentiu.  Aconteceu comigo e seu avô me esperou neste mesmo ponto de ônibus e nesta mesma carroça. Além do mais, o mesmo céu estrelado.
- Pois é, o céu está lindo mesmo. Não quero vender cachorro quente...
- Não precisa, siga seus próprios caminhos. Mas, cuidado com essas pessoas que frequentam essa festa. São criaturas ilusórias que empurram a gente para o abismo. 
- Quando chegar em  casa, dormirei cem anos.
- Roubaram um  pouco  sua  energia. Porém,  uma boa  noite de sono  resolverá.
- Quem são eles?
- Não sei. Vivem por aí, vagando de festa e festa. Procuram por algo que perderam há muito tempo. Vivem com uma eterna fome de  devorar  qualquer  coisa.  Por isso, sempre  estão eufóricos.      


Pai e filho foram embora tranquilos, o sol nascia. A festa continuou a todo vapor. 




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