terça-feira, 12 de julho de 2016

DIA ENSOLARADO...( conto tosco e antigo, mas tentei tirar alguns exageros.)




- Mãe é só a gente?
- Sim.
- E o pai e a mana?
- Estão em casa. Vou levá-lo para a casa de campo.
- Legal!!! Mas, você não está brava comigo?
- Não. Você fez alguma coisa de errado?
-Não. A viagem dura quanto tempo mesmo?
- 2 horas.
 Sofia  viu o filho dormir ao seu lado. Era um olhar de ternura. Estava cansada, não gostava de dirigir e principalmente para lugares distantes. Não queria parar, desejava chegar logo.  Chegaram ao entardecer. Ela preparou um lanche bem caprichado para o filho. Ele estava radiante por estar só com a mãe.
- Mãe, amanhã vou tomar banho de piscina, andar de bicicleta e andar pela mata.
– Vou fazer tudo isso com você.
Quando o garoto dormiu. A mãe ligou para a casa:
– Oi amor,  como está Aline?
- Tá com febre e muito agitada. E aí...
- Tudo certo.
- Espero que tudo corra bem...
- Conversamos depois... deseja-me sorte.
- André tá dormindo? Queria falar com o meu filho...
- Melhor não Rodrigo, deixa tudo como está.

Foi uma semana maravilhosa para André. Só fez o que queria. A mãe colocou nenhum limite. Ele tinha doze anos. Sofia quando lhe via nadando e correndo pela mata, ficava admirada. Percebia como o seu filho crescia, porém  ao se lembrar do motivo de estar ali,  sentia-se triste.
–  Mãe, que olhar triste é esse?
- Nada filho.
- Hoje é domingo, que horas a gente vai embora.
- Ficaremos até segunda.
- E a escola?
- Não esquenta. Um dia sem ir...
- Tá bom.
Noite. André tomava banho. Sofia ligou para casa.
- Me deseja sorte. A Aline tá bem?
- Continua muito doentinha... parece ser emocional.
- Cuida dela. Tudo vai ficar bem.
Ela foi à cozinha. Colocou um sonífero no refrigerante do filho, começou a chorar, mas, não desistiu do que faria. “ É para o bem de todos”. André saiu do banheiro e foi para a mesa. Alguns minutos, sentiu muito sono e a mãe o ajudou ir para cama. Sofia pegou o travesseiro e o sufocou. Depois, abraçou o cadáver do filho.

André era um menino cruel. Torturava e depois matava vários animais de estimação que a família pegava para criar. Espancava os colegas da escola e da rua. Manipulava todos com sua inteligência doentia. Os pais procuraram os melhores psicólogos e psiquiatras, contudo, nenhum tratamento dava jeito na sua essência má. 

O estopim foi tentar matar a irmã mais nova, sorrindo como um anjo.



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