domingo, 8 de novembro de 2015

Aspirante_escritor_egocentrico@google.com




“Não tenho fome de atenção. Só não suporto seu silêncio. Faz dois meses que enviei meu original e não diz nada. Não consigo dormir e nem comer, à espera. Por que não diz nada? Agora, quando disse desta fome de atenção, talvez seja o desejo de aceito e que alguém diga que tenho talento para ser escritor. Será que é errado eu almejar ser elogiado. Responda-me, por favor! Não aguento mais aguardar, diga qualquer coisa, se não gostou, apenas diga. Espero resposta, senão irei a sua casa hoje e ficarem plantado na porta da sua casa. Estou enlouquecido!”

A resposta:

“Eduardo, sou a esposa de V. Ele não leu sua obra, porque fugiu para Europa com minha mãe. Estou destroçada. Mas, consegui ler seu original. Desculpa a sinceridade, mas é uma bosta literalmente. Desculpa a franqueza, mas alguém precisava lhe dizer a verdade. Por exemplo, se alguém me dissesse que meu marido brocha e a vaca da minha mãe estavam tendo um caso, poderia matá-los antes de partirem. Agora, quero aproveitar a vida e foder muito. Aconselho fazer o mesmo, vi suas fotos na internet e até que bonitinho... Vamos nos encontrar para um sexo casual? Mas, por favor, não venha me mostrar seus textos chatos, esta pretensa literatura que você diz fazer não me agrada. Enfim, perdoa-me se não é a resposta que desejava, entretanto, dará temporariamente um ponto final na sua angústia, o luto é um rito muito importante para se seguir em frente. Tchau!”


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