quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Subir ou descer, descer ou subir?



Preciso subir a escada, mas o que encontrarei lá? Se eu não subir, também, desconheço o que acontecerá. E se eu empacar no meio da escada, pode me acontecer alguma coisa também. De repente, tenho um medo sem sentido, tudo fica tão perigoso... Por quê? Não posso ficar parado, preciso seguir em frente. Minhas mãos suam frio e sinto dor de barriga. Vejo alguém ao longe, quem será? Em cada degrau parece que estou me equilibrando numa gelatina. Os urubus no céu me vigiam. Será que vou morrer do coração, assassinado ou tropeçar no degrau e quebrar o pescoço? O ar está pesado, tento me apressar, porém, estou em câmera lenta. Essa escada está infinita. Os urubus se aproximam a cada segundo, tornando-se enormes. Até o desconhecido aumenta como um gigante. Estou cansado de sentir medo, respiro fundo e dou um salto no escuro, qualquer destino é preferível a ficar prisioneiro do meu medo... Abro os olhos, consegui subir e percebo que não há nenhum desconhecido ou urubus. Só eu e a escada. Agora, compreendo que a escada é só um portal e sou eu quem escolhe qual caminho seguir.

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