domingo, 11 de agosto de 2013

UM HOMEM NO PORTÃO...

Imagem encontrada no google


Gustavo olha pela janela o estranho em frente a sua casa e vai atendê-lo:

- Bom dia, o que deseja?

- Gustavo?

- Sim...
- Não se lembra de mim, sou João Paulo. Estudei com você no ginásio.

- Estou me lembrando de vagamente, o que posso lhe ajudar? Entra.

João Paulo estava nervoso:
- Lembra-se que eu implicava muito com você?

- Bem... Coisas de criança. Nem me lembro mais.

- Como? Eu te batia e xingava todos os dias! Estou aqui, para pedir perdão.

- Perdoar? Faz tantos anos.

- Por favor, me perdoe e me livre da maldição que você rogou para mim.

- Cara, você está doido! Não joguei nenhuma maldição para você. Não estou gostando do rumo dessa conversa.

- Não se lembra mesmo? Por favor,  precisa recordar para me salvar.

Gustavo começou a puxar pela memória e foi às lembranças antigas diluídas pelo tempo. Então, veio o fragmento.  No chão, sujo de terra e sangue, Gustavo disse para João Paulo: - Nunca será feliz. Vai perder tudo que ama e vagará com um morto vivo pelas ruas.

- João Paulo, lembro-me. Estava com tanta raiva de você naquele momento. Mas, nunca quis seu mal. 

- Tudo bem, mas me perdoa?!

- Claro, sem ressentimentos.

- Me sinto leve. Preciso ir, tchau!

- Tchau!


Quando João Paulo foi embora, Gustavo se sentiu leve. Em todos esses anos, tinha a impressão de carregar um peso muito grande que não o deixava ser feliz.  

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