SEM FORMA SEM NOME
Fome ancestral. Devorava carne, vísceras e sorvia vorazmente sangue. Mas, continuava vazio e a fome nunca cessava. 
Um dia, o sem forma e sem nome descobriu uma ventosa oculta no seu corpo e decidiu usá-la na próxima caçada. 
A partir daí, capturou lembranças que foram preenchendo os lugares vazios de seu interior e o apetite começou a diminuir. 
O curioso que, ao longo do tempo, as presas não morriam nas caçadas. Depois de serem sugadas suas memórias, iam embora atordoadas. 
Já a estranha criatura conhecia pela primeira vez o sossego, ao digerir recordações alheias. Não quis mais saber de outro alimento.
Um comentário:
Seria uma evolução?
Da matéria ao espírito?
interessante este ser.
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