"A frivolidade é também uma forma de
hipocrisia porque as pessoas não são aquilo. A pessoa, quanto mais frívola nos
parece, mais esconde a sua natureza profunda." Agustina Bessa-Luís
Um dia, Antônio
sentou no bar e assistiu pela tevê um senhor a falar sobre cinema. Achou tão
interessante que comentou com um desconhecido ao seu lado:
- Bacana o que
esse cara está dizendo.
- Não consigo
entendê-lo. Tem os dentes tortos e amarelos. Além de uma barriga gigantesca,
que horror!!! Será que é casado? Coitada da esposa deve sofrer em transar com
este filho do capeta.
- Que isso?!
- E o pior que é
enrugado, parece uma uva passa.
- Desculpa, você é
muito escroto.
- Só estou dando
minha opinião, olha a liberdade de expressão!
- Por essas e por
outras que, muitas vezes, a liberdade de expressão precisa ir para o espaço!!!!
Jogou a cerveja
que bebia na cara do outro e voltou para casa, desejando nunca mais sair. Outro
dia, Antônio se sentou no bar e assistiu pela tevê um jovem escritor dando uma
entrevista sobre seu processo artístico.
De repente, uma
mulher começou a conversar alto com uma colega:
- Esse cara da
tevê é lindo e sarado!!!! Já o vi correr pela praia, tem o
abdômen
rasgado!!!! Ele é o quê, ator? Gostoso!!!
- Oh minha filha,
preste atenção no que ele está dizendo!!!...
Antônio
teve um surto por não aguentar tantos “pequenices”, internando-se numa casa de
repouso.
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