Algo em mim quer partir com ano velho. Não quero deixá-lo ir, mas ele precisa. Está bem idoso. Um ovo surge em seu lugar e está rachando, o mistério do futuro me ronda. Sempre quero fugir, mas o tempo é implacável. Quer saber de uma coisa, comerei uma rabanada! Alguém servido? Antes que me esqueça, feliz ano novo.
, “ Há os grandes escritores e uma legião de escritores menores que tentam assimilar seus estilos.”. Então eu sou da legião dos que tentam ser aspirante a escritor que digere o estilo da legião dos escritores menores, que assimila o estilo da legião dos grandes escritores. Estou bem na fita,
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
SENHOR AUSTERO
Dizia que só consumia comida de verdade: arroz, feijão e carne. Considerava frutas e doces, uma frescura. Sua aparência era austera.
Um dia, soube que seu filho e nora morreram. No enterro, só foi falar com os netos. Convidou-os para passear. Os netos ficaram receosos, achavam o avô chato.
Mas gostaram. O avô conhecia lugares muito interessantes. De repente, viram uma confeitaria e pediram, com olhares famintos, para entrar. O senhor tentou resistir, porém cedeu.
As crianças comeram biscoitos, tortas e sorvetes. Ele assistiu a tudo sobriamente. A neta mais nova lhe ofereceu um pedaço de torta de morango. Disse que não queria, ela insistiu. Provou e algo tomou conta dele. Começou a comer as guloseimas com os netos, que não mais o viam como um avô severo, mas como um amigo.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
25 de dezembro
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Um homem caminha na noite quente de verão. Está sozinho.
Um senhor o chama para entrar em um casarão de esquina.
- Como vai?
- Indo.
- Anda por aí sozinho... Não tem medo de ser assaltado.
- Assaltam um morto?
- Hoje em dia são capazes de tudo. Acredito que nem sabem diferenciar os mortos dos vivos.
- E você está vivo ou morto?
- Não sei ao certo, há momentos que me sinto vivo e outros, morto. Venha comer, a mesa está posta.
***
- Coisas deliciosas. Os sabores me lembram de quando era alguém.
- Comigo acontece o mesmo. Antigamente, esta casa vivia cheia de gente.
- Quem é você? O que quer de mim?
- Sou o que sinto e não quero nada de você, só sua companhia.
- É tão difícil acreditar, pois sempre alguém quis algo de mim.
- Mas, não quero nada. Coma... Veja tevê....
- Quero tomar um banho.
- Sim. Dou-lhe roupa limpa.
- Não precisa.
- Não tenha medo de aceitar.
***
A água fresca percorre seu corpo suado e empoeirado. Não pensou mais, entrou no terreno dos sentidos. Se tivesse que pagar um preço caro por esse intervalo, não iria reclamar.
***
- Quer dormir?
- Como?
- Tem um quarto sobrando.
- Não sei.
- Não tenha medo.
- Está bem.
***
O sol invadiu seus olhos. Encontrou ao seu lado, uma mochila de roupas e um dinheiro no bolso da frente.
Foi embora atônito, pois não sabia o que fazer. Nunca experimentou tanta generosidade. Sentiu-se num conto surreal.
domingo, 23 de dezembro de 2012
CEIA DE NATAL( conto antigo)
APARTAMENTO 101
Antônio está de cueca, sentado na poltrona. Bebe cerveja e assiste a tevê. O telefone toca... Uma... Duas... Várias vezes. Ele não atende. Sempre fica triste nesta época, lembra-se das pessoas que já se foram. A campainha toca e ele se arrasta até a porta. Quem poderia ser? É Marinalda, vizinha do 202:
– Vem passar o natal lá em casa, seu Antônio, tem tanta coisa...
– Não sei... Não sou boa companhia...
– Se demorar muito, venho e te carrego pelas orelhas.
APARTAMENTO 202
Marinalda mora com o filho, que é muito frágil de saúde. Para animá-lo, ela sempre inventa festas.
Só é ela e ele.
APARTAMENTO 303
Laura está na praia. Olha fixamente o mar. Sente falta de alguém... Decide caminhar pelo calçadão e, depois de alguns passos, esbarra num homem que parece conhecido.
– Você é o vizinho do 501, não é?
– Sim. Sou o Pedro.
– Pois é, não te reconheci de primeira, quase não te vejo. Moro no 303.
– Sei. Eu trabalho muito...
– Eu sou Laura...
– Muito prazer Laura!
_ Pensei que estivesse viajando.
_ Não. Eu vou ficar em casa mesmo!
_ Ah! Eu vou passar o Natal com a Marinalda do 202, se não tiver outro compromisso!
_ Não fui convidado.
_ Foi sim, por mim, então o que me diz?
APARTAMENTO 501
Pedro não para em casa e não possui vínculo com ninguém. Devido à sua "profissão". Precisa ser discreto para não levantar suspeitas e, às vezes, de tão discreto chega a ser imperceptível.
Como nunca fica muito tempo num mesmo lugar, prefere não ter motivos para sentir falta dos lugares por onde passa, mas desta vez um belo rosto o seduziu. A jovem Laura com seus cabelos negros e seu sorriso triste.
A CEIA DE NATAL
Pedro e Laura trocam olhares. Marinalda e Antônio apreciam a felicidade de Lucas diante do presente de Natal: um computador.
Estão entregues à felicidade, principalmente, por terem um breve abrigo da solidão.
sábado, 22 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
FIM DO MUNDO IV
Bette Davis em Pérfida
“ Mãe quirida, tenho o previlégio de ser seu filho. Grassas a você, vivemos em armonia.”
- Filho, querido, gastei tanto com sua educação...
FIM DO MUNDO III
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Rapaz viaja com a família e descobre que o lugar não tem acesso a internet. Tem crise nervosa e corre nu junto com os cavalos. Parece um animal selvagem. Tiveram que jogar um dardo tranquilizante nele. Estragou o passeio de todo mundo.
FIM DO MUNDO II
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Ficou dormindo por muitos anos e quando acordou, decepcionou-se. O que vivera até então, foi sonho.
FIM DO MUNDO
Ao ver o resultado de gravidez, percebeu que sua vida mudaria completamente. Era o fim de um mundo conhecido, para um outro novo e misterioso. Experimentou sensações diversas.
Depois de se acalmar, foi ver se passou no último ano da escola.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
“ Olá, eu existo, viu? 20/ 12/ 1950”
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Hoje, recebi uma carta de uma pessoa que só conhecia em sonhos.
LUZES
"Nova Iorque à noite, a Cidade que nunca dorme"
LUZES
"Os caminhos se abrem com a nossa luz." Livia Garcia Roza
"Os caminhos se abrem com a nossa luz." Livia Garcia Roza
Às vezes se sentia confuso. Seus olhos se irritavam com tanta iluminação e seu cérebro não consegui processar o turbilhão de informações. Então, quando chegava a sua casa, ficava na escuridão. Ela o iluminava.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
SEREIA
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"Aí está ele, o mar, o mais ininteligível das existências não humanas. E aqui está a mulher, de pé na praia, o mais ininteligível dos seres vivos. Como o ser humano fez um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornou-se o mais ininteligível dos seres vivos. Ela e o mar."
Sempre desconfiei que minha mãe fosse uma sereia. Passava horas a olhar uma foto de mar e ler uma crônica de Clarice Lispector: As águas do mar. Morávamos numa cidade que não tinha praia.
Quando chorava, ela lambia minhas lágrimas e dizia que tinha gosto do mar.
Um dia, viajamos para conhecê-lo. Ela desapareceu nas profundezas.
Em sonhos, vejo-a a flutuar no fundo do oceano e seu olhar me diz que está bem.
INVASÃO
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Quando as ideias do tio ficavam emboladas, aparece um monte de gente estranha. Então, minha avó pega a vassoura e manda todo mundo voltar para o lugar de origem.
Na cabeça do tio.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
" PARAÍSO"
Não sei como vim parar aqui. Só sei que estou em frente da jovem, que toma chá no jardim e lê trechos de livros e versos, para mim.
O curioso é que não sinto fome e nem consigo me levantar da cadeira. Mas, estou tão bem...
Impulsivamente, vejo meu reflexo na bandeja prateada.
Sou uma caveira.
CONTO AO SOM DE LAKMÉ
FAZ DE CONTA
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- Vamos tentar novamente. Você me encontra naquela esquina e fingiremos ser outras pessoas, que se toparão pela primeira vez...
Ela pega a bolsa e vai ao encontro marcado. Minutos depois, ele chega. Repetem a mesma encenação por vários séculos. Apesar de viverem diversos personagens, vivem a mesma história.
domingo, 16 de dezembro de 2012
ESSE CARA SOU EU, SUTTON
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- Sutton, precisa me ouvir. O Justin é o verdadeiro assassino, Sutton. E o pior que é lua cheia e ela se transformará em libélula zumbi, Sutton. Está me ouvindo? Como? Vai pra casa da Kendra? Não faça isso! Ela foi atacada pelo alien e se transformou em hospedeira de vários “aliensinhos” . Sutton, eu te amo. Fica comigo, Sutton! Vamos assistir aquela saga famosa que a gente tanto ama, Sutton . Vem aqui pra casa, Sutton! Está com uma voz estranha... Como? Você morreu e agora é um fantasma? Não tem problema, Sutton. Sou louco varrido, que adora ir ao mundo mágico das fadas popozudas, que fica no meu armário. Pode vim, Sutton. Sabe que a única pessoa te fará sou feliz, sou. ESSE CARA SOU EU, SUTTON.
sábado, 15 de dezembro de 2012
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Caros leitores,
Preciso compartilhar com vocês a perseguição que eu e minha avó Cotinha estamos sofrendo. Uma jornalista que se diz intelectual cismou em caluniar minha avó querida, ao dizer que está sofrendo surtos psicóticos, devido aos salgadinhos que minha digníssima vó faz com tanto amor e profissionalismo.
Esta jornalista precisa de tratamento psiquiátrico para livrá-la dessa obsessão contra minha avó Cotinha. Outro dia, ela invadiu a igreja completamente nua, para esfaquear minha avó. Ainda bem, que o padre a imobilizou. Mas, ela conseguiu fugir e está foragida.
Estou muito triste, porque minha avó não merece isso. Já estou acostumado com as críticas negativas dos meus livros, principalmente de pessoas que nunca sentaram o rabo na cadeira para escrever um conto sequer. Mas, estou transtornado com a falta de respeito que esta senhora está fazendo com minha vozinha querida.
Amados leitores, sei que vocês me amam e me entendem. Leio todas as cartas e e-mails que me enviam e fico extasiado ao saber que minha literatura os ajuda a viverem melhor.
Por isso, convido-os a mais um lançamento do meu livro, que será no terraço da casa do meu tio. Meus sobrinhos tocaram lá também. Não preciso nem dizer que quem fornecerá os salgadinhos será vovó Cotinha.
Todos estão convidados, menos você...
Jornalista metida a intelectual e louca de pedra.
***
Segue os links sobre o triste episódio:
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
VAZIO
Edward Hopper, Sun in an Empty Room, 1963
Tinha um amigo imaginário que se chamava Vazio. Quando estava cheio de tudo, ele aparecia e minha cabeça flutuava. Acho que até hoje, ele faz umas visitinhas, principalmente, quando estou estressado.
mini antigo
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“AGORA EU SOU O MESTRE ANCIÃO."
O executivo falido sobe a colina para aprender o conhecimento milenar do mestre ancião.
Sua esposa perua foi visitá-lo e se sentiu atraída pela virilidade do mestre.
Enquanto o executivo falido realizava as tarefas árduas que o mestre ancião o mandara fazer, os dois viviam uma tórrida paixão.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Notícia polêmica...
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Cientistas comprovam que pessoas que usam fone de ouvido são mais inteligentes em relação aos que ouvem música alta nos transportes públicos.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
- BEIJA-ME.
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- BEIJA-ME.
Depois de beijá-la, ela adormecia profundamente.
Sou o amante predileto das mulheres que sofrem de insônia.
é o que é
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O mar é o que é, por isso é imenso.
Não quero mais pensamentos.
Quero deixar de ser pequeno.
ABSURDO
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- ISSO É UM ABSURDO! ESTÁ
MORTO!
- Os poemas são meus e quero
ser enterrado com eles. Já falei várias vezes sobre isso. Faça os seus!!
O ladrão de versos atirou na
cabeça do morto vivo, mas não conseguiu matá-lo. Então, pediu para o poeta
falecido lhe dar umas dicas. O morto aceitou e o principiou na arte da poesia.
O ladrão ficou feliz por rascunhar alguma coisa e o poeta sem vida voltou para
tumba com seus poemas e descansou em paz.
MISTÉRIO
Um tiro atinge a
cabeça do homem sentado na poltrona. O apartamento está sem sinal de
arrombamento e as janelas intactas. Os policiais disseram para imprensa que a
vítima assistia a um western
sábado, 8 de dezembro de 2012
SOBREVIVI
Eu sempre estava na expectativa, queria saber sua opinião sobre tudo que escrevia. Permanecia horas à espera da resposta de um e-mail. Quando me elogiava, sentia-me feliz.
De repente, não mais me respondeu e fiquei sem rumo.
Mas, nesta tarde de calor fui comprar um sorvete e uma felicidade veio repentinamente, pois me dei conta que sobrevivi a sua falta de conselhos e críticas.
Várias ideias surgiram e recomeçarei a escrever...
ELE E ELA
pintura do polonês Jarek Puczel.
Sempre sugavam as pessoas até a última gota.
Um dia, ao se encontrarem, mesmo sabendo o que aconteceria, beijaram-se até sumirem, desparecendo também a fome que os consumia.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
ENTENDIMENTO
“The White Zombie” (1932)
- Doutor, agora que você está preso numa corrente, porque está com fome de comer carne humana, entende o meu desejo canibal. Somos aparentemente diferentes, eu estou vivo e você, zumbi. Mas, nos entendemos muito bem, diferente quando éramos da mesma espécie.
***
Passado algum tempo, ele libertou o morto vivo e começaram a caçar juntos.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
DESCOBERTA
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Na varanda com iluminação parca desejava estar só. De repente, sentiu que alguém estava atrás dela e com uma respiração ofegante. Ficou enraizada e experimentou um turbilhão de sensações. Segundos depois, estava novamente sozinha na varanda escura. Desceu para encontrar a irmã que dançava na festa. Esta, ao vê-la, perguntou onde arranjara o colar que repousava em seu pescoço; respondeu, que uma amiga lhe havia emprestado, já que não tinha gostado da joia. A irmã também reparou uma leve mancha em seu vestido...
No quarto olhou-se ao espelho: viu uma bela mulher.
No quarto olhou-se ao espelho: viu uma bela mulher.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
- Alô...
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- Alô...
- Você é um mistério.
- Então ficamos assim, somos dois mistérios pela madrugada adentro.
Olha a maçaneta se mover. Mas, a porta do quarto está trancada:
“Sem tempo de pensar bobagens... Amanhã tenho muito trabalho.”
O primo volta para cama, mas continua à deriva.
Camada tênue
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Comprou uma echarpe em um brechó. O tecido deslizou em seu pescoço, tornando-se uma camada tênue sob a pele. Uma vez, a amiga de quarto pegou sem permissão a echarpe. Aproveitou que a outra chegaria do trabalho tarde e foi para uma festa...
De repente, percebeu que o tecido não estava no pescoço, ficou apavorada de tê-la perdido. Quando chegou, ficou surpresa. A amiga estava na cozinha, vestida com o uniforme do trabalho e a echarpe a envolvia.
domingo, 2 de dezembro de 2012
miniconto antigo
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PRIMITIVO
A claridade da lua ficou mais intensa, havia faltado luz elétrica na casa. Teve a impressão de que o bebê estava diferente. O luar revelava detalhes que não havia percebido até então. Aos poucos, deixou de reconhecê-lo, desistiu de compreender. Começou a sentir, unicamente, o impulso de lamber a cria.
sábado, 1 de dezembro de 2012
AMIGOS
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AMIGOS
Acostumaram-se um com o outro. No casamento, nunca houve amor e paixão. Cansados dos amantes, retornavam para casa e jantavam em um silêncio confortante. Os filhos foram embora e começaram a criar uma afinidade entre eles. Assistiam a tevê juntos, riam das mesmas piadas e caminhavam de mãos dadas como intuito de se ajudarem a evitar os buracos das calçadas e ruas. Anos depois, quando um morreu, o outro faleceu meses depois.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
miniconto antigo
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SEGREDOS
Guardava o segredo de todos. Quando anoitecia, escondia-se nas cobertas. Os medos e as angustias dos outros se transformavam em monstros horrendos.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Noite densa
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- NOITE DENSA...
Sinto cheiro de brigadeiro. Estou com fome!
- Não faz isso, tio gigante.
- Por quê?
- É que ao devorar a noite, as pessoas não irão dormir e ficarão muito cansadas para viver.
- É tão chatinha. Também com esse nome, Consciência.
domingo, 25 de novembro de 2012
Ele
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Tinha uma jaqueta exclusiva para viajar. Um dia, decidiu ser mais caseiro, pois estava enjoado de passear. Resolveu aposentá-la. Passado alguns anos, lembrou-se da peça de roupa e a procurou. Não a encontrou. De repente, sentiu-se angustiado e, pela primeira vez, teve uma insônia desoladora. Na mesma madrugada ouviu um barulho na janela, era a jaqueta que apareceu toda empoeirada que retornava para onde ele a guardou. Percebeu que ela viajava sozinha todos estes anos e voltava para casa sempre.
DESABAFO DO DUDU O LINDO E O BELO DE LA VEGA DA SAGA VAMPIRESCA: AMOR ETERNO... ETERNO AMOR
- Sou muito criticado, mas sempre fui assim. Nunca tive ambições profissionais. Só quero amar e ser amado. Quando encontrei Brittany Kendra todo o vazio que sentia, foi preenchido. Eu a amo com todas as forças da minha alma. Ela sabe que ninguém a amou como eu. Por que não posso só viver para amar e ser amado? Por que as pessoas me criticam tanto, por querer me transformar em um vampiro para ficar eternamente com minha imortal Brittany Kendra. Me magoa muito que um povinho fica me chamando de burro e incapaz, só porque não desejo estudar e sim amar e ser amado. Gente pentelha! Deve ser que nunca amou de verdade como eu, que amo e sou amado. É muita dor de cotovelo, desses metidos a nerds e a intelectuais. Por que o vampiro, não podem saltar plumas coloridas no sol? Qual é problema disso? Gente, o mundo precisa de mais amor e menos intelecto. Os sentimentos aquecem já a inteligência gela tudo. Podem me sacanear a vontade, mas vou seguir o que sou de verdade: Uma pessoa que ama e é amada eternamente. Um conselho: Cuidem de suas vidas e deixem a minha em paz.
sábado, 24 de novembro de 2012
"TÃO BOBO"
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-Vejo uma bailarina a bailar, ao sair da xícara.
- Apesar dos anos, continua o bobo de sempre.
- Não consegue ver, ela é tão linda...
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
QUIMÉRICO ( Uma ideia antiga, mas outra versão)
Cena do filme Entrevista com o Vampiro
Helena era fã de uma série de filmes, que contava a história de um jovem ancestral vampiro. Mesmo casada os revia sempre.
Um dia, teve um sonho que fazia amor com o imortal. Foi intenso e se sentiu culpada, pois respeitava o marido . Meses depois, descobriu que estava grávida. A gestação foi diferente de seus outros filhos. Tinha desejo de comer coisa viva e quase matou com os dentes o passarinho, animal de estimação dos filhos.
Quando o neném nasceu, o desejo passou, mas a criança era estranha ao passar dos anos. Parecia mais esperta que os outros. Além de ter fixação por sangue.
O marido olhava desconfiado para Helena. O menino era completamente diferente dele e dos irmãos. Já, Helena fazia de tudo para provar sua inocência.
O garoto era muito parecido com o ator dos filmes. Helena nem se lembrava de seu nome. Outro dia, encontrou-o fazendo papel de um pai de família numa série para televisão. Já estava bem coroa.
O tempo foi passando e o filho mais novo de Helena se apartava ainda mais da família e na escola. Parecia uma assombração. Ela e o esposo o levaram para vários médicos e nenhum conseguiu entender a anemia que ele tinha.
Um dia, ele falou para Helena: - Mamãe, vou desaparecer.
Ela viu o filho se dissipar no ar. Chorou muito. As autoridades nunca encontraram o menino.
Anos depois...
Helena assiste na tevê A Rosa Púrpura do Cairo em que o personagem sai da tela do cinema e vai ao encontro de uma espectadora sonhadora. Sente uma identificação com a história. Recordou-se de sonho e de seu filho.
Helena assiste na tevê A Rosa Púrpura do Cairo em que o personagem sai da tela do cinema e vai ao encontro de uma espectadora sonhadora. Sente uma identificação com a história. Recordou-se de sonho e de seu filho.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Anos isolado na montanha...
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Na cabana havia muitos livros, que relia várias vezes. Não sentia saudade de conviver com as pessoas. Um dia, escutou uma explosão e viu o céu ficar vermelho por vários dias. Sentiu medo, mas continuou com sua rotina. Dias se seguiram, um cheiro forte de podre surgiu na floresta. Ele estranhou, mas, ao ver os animais calmos, esquecia as preocupações. Foi ao rio lavar roupa. Escutou um barulho na mata. Escondeu-se atrás da árvore. Viu um homem e uma mulher sujos e com a pele cheia de vermes cruzando. O ermitão voltou para a cabana, olhou fixamente a vasta biblioteca que possuía. Acende uma vela, que se transforma num enorme fogaréu, atraindo a multidão da zumbis...
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
O CONSERVADOR- conto antigo
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Ia todos os domingos à igreja. Só vivia para a esposa e os filhos. Na repartição quando pintava uma propina, não perdia tempo. Pertencia a um esquema que desviou verbas da administração pública há anos. Quando foi descoberto e um manifestante xingou sua esposa, deu-lhe vários socos: “ Ninguém mexe com minha digníssima esposa.”.
domingo, 18 de novembro de 2012
GOZO DOENTIO
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“O bacilo da peste não morre nem
desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa,
espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na
papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e
ensinamento dos homens, a peste acordaria seus ratos e os mandaria morrer numa
cidade feliz.” A Peste, Albert Camus.
I.
Primeiro surgiram notícias
isoladas de que algumas pessoas tiveram uma doença repentina e estranha. Com o
tempo os casos foram aumentando. De repente, multidões se encontravam
estendidas no chão gemendo freneticamente, com os rostos extasiados de prazer e
gozando até a morte.
Os que escapavam fugiam
para regiões desabitadas, e formularam regras rígidas da moral, bons costumes e
religiosas para sobreviver. Achavam que isto poderia aumentar a imunidade e
dificultar a disseminação do vírus ou bactéria. Não adiantou, ao longe se ouvia
milhões de pessoas tendo múltiplos orgasmos. Os berros eram tão intensos, que
os animais ficavam escondidos. Sacerdotes e juízes pregavam que a causa do mal
da sociedade era o desejo carnal. Qualquer manifestação sexual representava a pena
de morte. Existiam fogueiras de corpos em cada esquina. Todos se vestiam com
armaduras, para que a doença não penetrasse na pele. Orações em todas as
partes. O cheiro do medo impregnava o ambiente.
II.
Dia nublado. Aparentemente a
cidade estava tranquila. Os transeuntes voltados para si mesmos.
Ele e ela andam pela rua,
perdidos em suas lembranças. Esbarram-se e, mesmo com as armaduras, seus
corpos tremem. Sentem pavor da peste e se distanciam, já que são casados com
outras pessoas. Mas, uma esperança os acalenta. E se, por um milagre, não fossem
contagiados? Aproximam-se e fogem para
um lugar mais ermo. Os amantes se despem e transam na busca do prazer proibido.
Minutos depois, cumprimentam-se perplexos por não estarem contaminados pelo
gozo doentio.
Em outras partes do mundo, no
mesmo dia, os casos foram florescendo.
Um rapaz deitado no campo,
olhando as nuvens, masturba-se e suando percebe que está bem.
Duas amigas que
brincando, brincando, desvendam-se e ficam contentes por estarem sadias.
O despertar do desejo de um
casal idoso numa manha ensolarada.
Um beijo inesperado de dois rapazes que viviam
brigando...
III.
A cura se espalhara, assim
como a praga. Ninguém entendeu o que acontecera. A alegria voltou às ruas. As
armaduras foram largadas .
Como sempre, alguém tentava
explicar. Mas, para que entender?
Só sei que tudo voltou ao
normal. Vamos aproveitar a cura, por enquanto!
Se alguém achou a narrativa parecida com outros enredos, deve lembrar
que os acontecimentos sempre se repetem ao longo da história. As piores pestes são a ignorância, a intolerância e o
ódio e seus bacilos estão adormecidos em nosso inconsciente, esperando o
momento certo de despertarem. Por isso, precisa-se nunca esquecer e nos manter
atentos para não reproduzirmos os mesmos erros.
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