Acordo.
Será? Lavo o rosto e vejo a noite se esvair no ralo. O que farei mesmo? Já
sei, vou trabalhar. Desço para tomar café e fico feliz de ter sobrado doces da
festa da minha sobrinha. Quando como doce de festa, torno-me criança outra vez.
Quis ser tanta coisa quando menino, até astronauta. Mas, ao pensar que poderia
ter uma caganeira e a merda, como uma mancha flutuante me perseguindo, desisti de ser
rapidamente. Espera um pouco, hoje é feriado. De quê? Voltarei a dormir. O
telefone toca, é meu chefe perguntando o porquê não cheguei ainda. Disse que é
feriado e ele responde que o feriado só será na semana que vem. Vou me apressar,
então. Merda! A cachorra estraçalhou meu único par de sapatos, vou de chinelo. Espera! Tem um
filhote de gambá em baixo da minha cama! A
cachorra o adotou, como ela é enjoada com esse transbordamento de amor materno.
Poderia doá-lo para muitas mães que não estão nem aí para os filhos. Não posso me
esquecer, tenho que habilitar o novo cartão de segurança do banco que veio pelo correio, segui as instruções
e tentei fazer por telefone. Entrei num labirinto de opções e atendentes, fiquei
com medo de encontrar o Minotauro. Será que sou tão burro assim ou o SISTEMA que é
complicado? Caramba, tenho que parar de pensar e agir. Não! Acabei de tomar
banho e esqueci a toalha. Agora, vou atravessar a casa, encharcado. Tomara que
as coisas não piorem, o dia só está começando.
Um comentário:
divertido imaginar a cena!
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