“Não tenho fome de atenção. Só não suporto seu silêncio. Faz
dois meses que enviei meu original e não diz nada. Não consigo dormir e nem
comer, à espera. Por que não diz nada? Agora, quando disse desta fome de
atenção, talvez seja o desejo de aceito e que alguém diga que tenho talento
para ser escritor. Será que é errado eu almejar ser elogiado. Responda-me, por
favor! Não aguento mais aguardar, diga qualquer coisa, se não gostou, apenas
diga. Espero resposta, senão irei a sua casa hoje e ficarem plantado na porta
da sua casa. Estou enlouquecido!”
A resposta:
“Eduardo, sou a esposa de V. Ele não leu sua obra, porque
fugiu para Europa com minha mãe. Estou destroçada. Mas, consegui ler seu
original. Desculpa a sinceridade, mas é uma bosta literalmente. Desculpa a
franqueza, mas alguém precisava lhe dizer a verdade. Por exemplo, se alguém me
dissesse que meu marido brocha e a vaca da minha mãe estavam tendo um caso,
poderia matá-los antes de partirem. Agora, quero aproveitar a vida e foder
muito. Aconselho fazer o mesmo, vi suas fotos na internet e até que
bonitinho... Vamos nos encontrar para um sexo casual? Mas, por favor, não venha
me mostrar seus textos chatos, esta pretensa literatura que você diz fazer não
me agrada. Enfim, perdoa-me se não é a resposta que desejava, entretanto, dará temporariamente
um ponto final na sua angústia, o luto é um rito muito importante para se seguir
em frente. Tchau!”
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