Imagem encontrada no google
O garoto corre pela casa, lutando com
inimigos imaginados.
Eu luto com inimigos reais.
Os inimigos do menino são gigantes poderosos que quando destruídos se
desfazem em pó encantado.
Os meus são homens como eu,
mulheres, crianças idosos e doentes. Não viram pó mágico, seus corpos se
amontoam nos destroços.
O garoto luta mano a mano com uma
espada de plástico.
Eu estou a quilômetros de distância
do campo de batalha. Só aperto o botão para acionar o bombardeio.
O garoto cresce e vai para guerra
defender sua pátria. Sente-se vencedor.
Eu retorno derrotado e a culpa me
consome.
O garoto e eu somos um só universo,
juntos e misturados. Vencedor e perdedor, mocinho e vilão.